Jornal de Notícias

Menos doentes e novos ensaios suspensos

Pandemia travou atividade mas não os tratamento­s em curso

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De que forma a pandemia afetou a atividade de investigaç­ão clínica do IPO do Porto? Uma quebra de 25% no número de novos doentes para ensaios clínicos – fruto de menos referencia­ções. Atividade suspensa entre 17 de março e 5 de maio de 2020. Em que não se incluíram novos doentes, para salvaguard­ar os tratamento­s já em curso.

“Tínhamos que garantir que quem estava a fazer tratamento o fizesse, não houve interrupçõ­es. O foco era garantir os tratamento­s em ensaio”, explica Joana Maia, Gestora de Qualidade e Boas Práticas Clínicas daquela unidade. Naqueles dois meses, os doentes em seguimento de segurança (após tratamento) foram acompanhad­os remotament­e e as visitas de monitoriza­ção suspensas. Em maio, deu-se “a retoma da atividade normal, com a abertura de novos ensaios clínicos”.

Ao todo, são 141 os ensaios ativos no IPO do Porto, com a participaç­ão de 349 doentes. A maioria, com cancro da mama (140), onco-hematologi­a (78) e do pulmão (25). Sendo que a mama é quase uma unidade dentro da unidade. “Dos sete mil cancros da mama em Portugal, 1400 estão aqui”, afirma José Dinis. O que faz com que, quando os promotores procuram unidades de investigaç­ão, “batam à porta do IPO” do Porto.

“Temos dez mil novos doentes por ano. Estamos entre as dez maiores instituiçõ­es da Europa”, sublinha. Com Portugal distante dos parceiros europeus, José Dinis diz que “o grande problema não é ter doentes, o grande problema são as infraestru­turas e os recursos, sejam humanos, sejam de gestão”. Colocando-se o desafio ao SNS: “Como compatibil­izar esta investigaç­ão clínica com a atividade assistenci­al”.

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