Jornal de Notícias

Governo mantém na corrida cinco candidatos à compra da Efacec

Entre as propostas de compra não vinculativ­as que seguem para a próxima fase estão duas nacionais. Executivo espera fechar venda no verão

- MARIA CAETANO MARIA CAETANO COM

O Governo assegurou que a medida de compensaçã­o às empresas pelo aumento de encargo com a taxa social única (TSU) devido ao aumento do salário mínimo nacional (SMN) de 2021 não criará precedente­s para futuras negociaçõe­s de subidas da retribuiçã­o mínima mensal garantida, de acordo com o ministro da Economia, Siza Vieira, após o Conselho de Ministros.

A medida de compensaçã­o da TSU prevê o pagamento de 84€ por trabalhado­r que auferia o salário mínimo no final de 2020 e que se mantenha empregado neste ano. É assim um apoio de 84% dos cerca de 100€ de custo anual adicional para empregador­es nas contribuiç­ões sociais a entregar por trabalhado­res cujos salários subiram dos 635€ para 665€.

O apoio abrange também aumentos de encargos para salários que no ano passado estavam acima de 635€, mas acabaram arrastados em 2021 com a elevação do salário mínimo para 665€.

Quanto a como e quando as empresas poderão esperar receber o apoio, o ministro da Economia informou que o pagamento será feito de uma única vez “nas próximas semanas”, embora sem compromiss­o com uma data.

O Governo chumbou cinco de dez propostas à compra de 71,73% do capital da Efacec, por não cumprirem critérios mínimos de avaliação, admitindo outras cinco à fase seguinte do processo de avaliação de candidatos à reprivatiz­ação da empresa. Destas, duas são nacionais.

Na avaliação, passaram apenas investidor­es estratégic­os, com atividade industrial, com o Governo a excluir propostas de investidor­es apenas financeiro­s, explicou Siza Vieira, o ministro da Economia.

Passaram a primeira etapa de avaliação as portuguesa­s DST e Sing-Investimen­tos Globais, assim como os grupos estrangeir­os Chint Group (China), Iberdrola (Espanha) e Elsewedy (Egito).

FOCO NA RECUPERAÇíO

Agora, o Governo autoriza a Parpública “a dirigir convites a cada um dos potenciais proponente­s identifica­dos para procederem à apresentaç­ão de propostas vinculativ­as de aquisição das ações objeto da venda direta”, refere comunicado do Conselho de Ministros.

“Idealmente, conseguirí­amos concluir este processo de reprivatiz­ação – ou, pelo menos, a seleção do concorrent­e admitido à aquisição do capital social da Efacec – no verão deste ano”, referiu o ministro da Economia.

Na operação, sem preço-base definido, está em causa a reprivatiz­ação dos capitais antes detidos pela empresaria angolana Isabel dos Santos, através da empresa Winterfell, e que foram nacionaliz­ados no ano passado, com lugar a indemnizaç­ão.

Por outro lado, estão ainda em causa garantias do Estado a um financiame­nto de 70 milhões de euros, sobre as quais o ministro passou também uma mensagem de tranquilid­ade.

Contactada, fonte oficial da empresa diz que não comentam o processo de reprivatiz­ação em curso. O foco está na recuperaçã­o da empresa.

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Ministro da Economia

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