Jornal de Notícias

55% das empresas da região perderam vendas

Inquérito da associação empresaria­l de Viseu indica que 85% das 250 estruturas participan­tes planeiam manter os postos de trabalho

- Helena C. Peralta redacao@dinheirovi­vo.pt

Os empresário­s da região de Viseu, Dão e Lafões mostraram-se resiliente­s durante o último ano de atividade, marcado pela pandemia, e souberam adaptar-se aos novos desafios e muitos procuraram combater a crise através da procura de novos mercados e de novos clientes. Segundo um inquérito realizado pela Associação Empresaria­l da Região de Viseu (AIRV), que envolveu a participaç­ão de 250 empresas locais, cerca de 55% destas perderam volume de negócios – numa média próxima de 35% – mas também muitas delas (as restantes 45%) conseguira­m aumentar as suas vendas, 40% em média e conquistar­am 50% de novos clientes.

“As empresas procuraram reagir e diversific­ar as suas atividades. E por isso, verificamo­s que, no primeiro trimestre de 2021, apenas 25% reduziram vendas e 85% das inquiridas querem manter os seus postos de trabalho”, revela João Cotta, presidente da AIRV, durante a sessão “Portugal que Faz”, debate que aconteceu ontem em Viseu.

Esta foi a décima terceira edição da conferênci­a Portugal que Faz, um roadshow que o Novo Banco está a realizar por todo o país, e que pretende ouvir de perto as dificuldad­es sentidas pelos empresário­s durante a pandemia e quais as necessidad­es e expectativ­as que têm para a recuperaçã­o económica.

António Ramalho, CEO do Novo Banco, que fez a abertura da sessão, referiu ser importante fazer esta reflexão conjunta – que já envolveu cerca de 50 associaçõe­s empresaria­is de norte a sul do país – pois “as medidas têm de ser ajustadas região a região, setor a setor, porque só em conjunto se conseguirá sair eficazment­e desta crise”. A intervençã­o de António Ramalho foi seguida pela já habitual análise regional – neste caso engloba Viseu, Dão e Lafões – feita por Carlos Andrade, economista-chefe do Novo Banco. No debate, moderado por Pedro Araújo, editor- -executivo-adjunto do “Jornal de Notícias”, estiveram ainda presentes, além de António Ramalho e João Cotta, Gualter Mirandez, presidente da Associação Comer

“A região de Viseu manteve a qualidade dos seus ativos. O rácio de crédito vencido nesta região está a um terço da média do país” cial do Distrito de Viseu (ACDV), Gil Ferraz, presidente da Associação Empresaria­l de Lafões (AEL) e Arlindo Cunha, presidente da Comissão Vitiviníco­la Regional do Dão (CVR Dão).

Os representa­ntes das várias atividades económicas entendem que a região tem muitos desafios pela frente, nomeadamen­te ter ainda uma estrutura minifundiá­ria e um envelhecim­ento da população agrícola, conforme refere Arlindo Cunha, que defende o enoturismo como uma das soluções para rejuvenesc­er o setor.

Gualter Mirandez explica que o comércio está numa situação complicada, sem pessoas nos centros históricos, nomeadamen­te pela falta de eventos culturais, mas deixou à audiência uma mensagem de esperança. Já Gil Ferraz entende que não se deve pensar em repor o que se tinha antes da pandemia, mas atuar a pensar na mudança. “Temos de repensar tudo, reinventar tudo. O futuro vai ser duro”, afirmou.

 ??  ?? Décima terceira conferênci­a Portugal que Faz, promovida pelo Novo Banco, decorreu em Viseu
Décima terceira conferênci­a Portugal que Faz, promovida pelo Novo Banco, decorreu em Viseu
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CEO do Novo Banco

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