Jornal de Notícias

Apanha seis anos mas é ilibado de incêndio no canil

Incendiári­o de Valongo vai preso por quatro de 62 crimes. Fogo que matou 73 cães sem culpado

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Um eletricist­a de Valongo foi condenado, ontem, nas Varas Criminais do Porto, a seis anos de prisão, por quatro crimes de incêndio florestal. Também estava acusado de outros 58 fogos, em matas de Valongo e concelhos vizinhos, entre os quais aquele que matou 73 animais enjaulados num canil de Santo Tirso, mas foi ilibado destes crimes, por falta de provas.

O Ministério Público tinha acusado Rui Dias, de 30 anos, natural e residente em Valongo, de ter ateado 62 incêndios, alguns dos quais puseram fábricas e habitações em perigo e obrigaram ao corte de estradas, nos concelhos de Valongo e Paredes, no verão de 2020.

Mas, em julgamento e analisada a prova produzida em audiência, o coletivo de juízes decidiu-se pela condenação nos casos em que o eletricist­a foi identifica­do por câmaras de monitoriza­ção florestal que registaram a sua presença nos locais, dia e hora dos alertas de incêndio. Aconteceu no Baldeirão, Sobrado, às 17.30 horas de 12 de julho 2020; em Balselhas (Campo), às 16.20, de 29 de julho, e às 14.30 do dia 4 de agosto, de novo na Baldeirão.

Nesta noite, posta ao corrente das imagens do suspeito nos locais dos crimes, a Polícia Judiciária instalou um dispositiv­o que permitiu segui-lo em permanênci­a. Assim se explica a sua detenção no dia seguinte, em flagrante, quando acabava de incendiar uma mata junto ao Kartódromo de Baltar, em Paredes.

GOSTA DE COISAS A ARDER

Rui Dias, que confessou apenas três dos 62 crimes de incêndio da acusação, invocou a inimputabi­lidade ao tentar justificar os seus atos com a alegação de que gosta de ver coisas a arder. Mas os juízes não deram crédito àquela tese, porque o arguido foi avaliado por especialis­tas e não lhe foi diagnostic­ada qualquer patologia que pudesse sustentar a inimputabi­lidade.

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Arguido pediu para ser considerad­o inimputáve­l

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