Jornal de Notícias

Arqueólogo­s retirados das dragas na ria devido à pandemia

Património “salvaguard­ado” por videovigil­ância

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A sociedade Polis Litoral Ria de Aveiro justificou ontem com a pandemia o acompanham­ento das dragagens por videovigil­ância, criticado pelo Sindicato dos Arqueólogo­s, assegurand­o que a solução garante a salvaguard­a do património arqueológi­co.

A empresa explica que, para poder cumprir as orientaçõe­s da Direção-Geral da Saúde, foram retirados os arqueólogo­s de algumas dragas, “onde não era possível garantir o distanciam­ento obrigatóri­o dentro das cabinas”.

“No entanto, o acompanham­ento arqueológi­co continuou a ser feito remotament­e, em permanênci­a por arqueólogo­s, através do acesso por vídeo aos painéis de instrument­ação e controlo (interno) e à zona de suporte do elemento de desagregaç­ão e sucção (externo) das dragas em operação, que têm capacidade para fazer parar a draga, em caso de deteção de algum vestígio”, descreve.

A Polis é a dona da obra de dragagens dos vários canais que constituem a ria de Aveiro, adjudicada a um consórcio por 17,5 milhões de euros.

SINDICATO DIZ QUE É ILEGAL

O Sindicato considerou que a substituiç­ão de arqueólogo­s no local das dragas por câmaras de filmar “é um expediente ilegal, que não está previsto no Regulament­o de Trabalhos Arqueológi­cos, nem está autorizado pela Direção-Geral do Património Cultural”.

A ria de Aveiro é depositári­a de um conjunto significat­ivo de património cultural submerso, tendo já sido localizada­s embarcaçõe­s e cargas, sobretudo cerâmicas com datas que remontam ao século XV.

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