START é alavanca para criar emprego e atrair investimento
Projeto marcante para a economia do concelho de Esposende tem objetivos bem definidos: captar 10 milhões de euros por ano e acelerar a criação de postos de trabalho
ECONOMIA A ideia vem de 2017, mas só ganhou vida em junho do ano passado, quando a Autarquia de Esposende uniu as pontas de um projeto estruturante para o concelho: a START Esposende, um elo com a economia local, um acelerador na criação de postos de trabalho e um instrumento que ajude a captar investimento estrangeiro e a internacionalizar projetos. Por aqui andará o desenvolvimento económico do concelho, com a criação expectável de 300 a 500 empregos e a captação de 10 milhões de euros de investimento, por ano.
A START Esposende discute-se hoje no webinar que o JN transmite em direto, a partir das 14.30 horas (ler ficha).
“O nosso objetivo é colocar Esposende no radar dos negócios”, esclarece Sérgio Mano, vereador das atividades económicas. “Temos todas as condições para o conseguir: estamos perto de cidades como o Porto, Braga, Viana e Vigo; as acessibilidades são boas; a distância para portos e aeroportos é curta; a nossa política fiscal é atrativa”, assinala. E acrescenta: “O município é e será sempre um parceiro dos empresários”.
Quando arrancou, a START acolheu cinco projetos. Em menos de um ano já acompanhou mais de 100 empresas, tendo por lá passado 27 empreendedores (19, atualmente). Aqueles que estão num estado de pré-incubação são literalmente postos à prova. “A ideia é mesmo ‘destruir’ a ideia”, diz Joana Barbosa, coordenadora da START. Se este estágio for ultrapassado, os projetos seguem para a fase de incubação. Vale o mesmo dizer: “Com a ideia inicial, ou com outra totalmente diferente, o projeto é reavaliado pela nossa rede de mentores”, nota Joana.
A rede de mentores (19, no total) é fundamental. São eles que, em cada etapa do trajeto, aplicam crivos às ideias, questionando-as e acrescentando-lhes valor. “Temos um conjunto de especialistas de várias áreas que vão dando ‘inputs’ nas fases do projeto. No cenário ideal, os 19 podem intervir na ideia inicial. Será sinal de que o projeto tem pernas para andar”, frisa a coordenadora.
LIGAÇÃO AO TERRITÓRIO
Sérgio Mano atalha, para sublinhar a importância de outros fatores relevantes para o sucesso da START. “A ligação dos empreendedores ao território é muito importante. Em Esposende, há tempo para viver com qualidade: temos rio, monte, excelente gastronomia e atividades de lazer. Queremos que os empreendedores se sintam em casa, e por isso criámos um serviço ‘after care’: tratamos da burocracia, procuramos escola para os filhos e morada para a família”, aponta o vereador.
Os indicadores são positivos. Nos últimos cinco anos, foram criados 3600 postos de trabalho no concelho. “Estamos convencidos de que, nos próximos anos, será possível acrescentar, anualmente, entre 300 e 500 novos empregos. Em termos de investimento, creio que seremos capazes de captar, por ano, cerca de 10 milhões de euros”, avalia Sérgio Mano. “Tendo noção da nossa dimensão [o concelho tem 36 mil habitantes], queremos fazer tão bem ou melhor do que os outros, mantendo sempre a ligação ao nosso tecido empresarial, de modo a ajudar sempre que necessário”, refere o vereador. “Daqui a dois ou três anos, a START tem de ser palavra obrigatória para as empresas do concelho e para as que para aqui vierem”.
“Queremos fazer tão bem ou melhor que os outros, mantendo a ligação ao nosso tecido empresarial”