A verdade é como o azeite
1 – É famosa a frase de Abraham Lincoln “pode-se enganar uma pessoa por muito tempo, algumas pessoas por algum tempo, mas não se consegue enganar toda a gente, o tempo todo”. Esta frase encaixa como uma luva em António Costa, primeiro-ministro de Portugal.
2 – António Costa é um político hábil, um negociador exímio e alguém que tem assentado a sua carreira não em políticas, em mudanças para o seu país mas em momentos para a sua carreira.
3 – Os portugueses reconhecem a Rui Rio e ao PSD uma postura cooperante com a governação. Uma postura séria na oposição. Em detrimento de privilegiar os seus interesses e do seu partido, Rui Rio prioriza o interesse nacional. Ainda que implicando custos políticos, Rui Rio não está na oposição com o fito de derrubar o Governo, mas com o de poder contribuir para o engrandecimento de
Portugal. Os portugueses reconhecem isto.
4 – No entanto, para António Costa, basta as sondagens revelarem uma aproximação do PSD ao PS que o primeiro-ministro manda às malvas a importância que tem para Portugal a existência de plataformas políticas que possam viabilizar reformas em áreas nevrálgicas e trata da sua sobrevivência política que é, no fim do dia, a única coisa que lhe importa. Os portugueses também sabem isto.
5 – Portugal já teve em Passos Coelho um líder que celebrizou a frase “que se lixem as eleições”. Com António Costa é mais “que se lixe o país”.
6 – Costa ataca Rio por atuar em função das circunstâncias na mesma semana em que o PS apresentou uma proposta relativa ao enriquecimento injustificado, ao arrepio do que defendeu durante 10 anos, apenas como forma de
Costa acusa Rio de fazer propostas que representam uma ingerência na área da Justiça na mesma semana em que o Parlamento Europeu condenou o Governo português por interferir numa escolha (a de procurador europeu) que competia aos agentes da Justiça
reação à Operação Marquês. Costa acusa Rio de fazer propostas que representam uma ingerência na área da Justiça na mesma semana em que o Parlamento Europeu condenou o Governo português por interferir numa escolha (a de procurador europeu) que competia aos agentes da Justiça. O mesmo António Costa que apregoa “à Justiça o que é da Justiça” é o mesmo que, como foi público, procurou interferir no processo Casa Pia.
7 – O secretário-geral do PS, após a vergonha que é para qualquer democrata assistir à Operação Marquês, deve um pedido de desculpa ao país. Pedia-se humildade a quem foi o n.o 2 de José Sócrates. Costa responde com arrogância, pesporrência, falta de sentido de Estado. Revelando ingratidão e demonstrando ser capaz de quaisquer meios para atingir os seus fins. Os portugueses também sabem isto. E não esquecem.