Jornal de Notícias

A leitura salva-nos da depressão e do medo

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Ainda a propósito do Dia Mundial do Livro, assinalado a 23 de abril último, quero celebrar este nosso companheir­o, que se tornou ainda mais especial nos dias de confinamen­to.

Este objeto sagrado, que nos traz cultura, conhecimen­to e entretenim­ento, salvou-nos quando precisámos de ficar em casa. Os livros, como o cinema e a música, impediram que enlouquecê­ssemos.

Sim, quem já lia passou a ler mais; e muitos que não liam passaram a ler. E o facto de a pandemia ter feito novos leitores deve ser celebrado. Nestes tempos de revolução no ato de ler, não só livros impressos foram lidos. O livro digital teve mais adesões – comprar livros e recebê-los através da Internet é uma comodidade muito bem-vinda nestes tempos bicudos. E ler um livro digital é muito simples: podemos lê-lo no telemóvel, no tablet, no notebook.

Comprovada­mente, o livro como o conhecemos, de papel impresso, continua forte e a vender, mas o e-book vai crescendo, ainda mais em tempos de uma doença tão terrível como a que estamos a enfrentar.

Com a informátic­a ao serviço da leitura, a tendência esperada de que o hábito de ler viesse a intensific­ar-se concretizo­u-se, embora por caminhos tortos: a pandemia que nos impede de sair fez-nos consumir mais livros digitais.

Então, talvez devamos comemorar tanta tecnologia ao serviço da leitura, mesmo que a razão para estarmos a ler mais seja uma pandemia funesta, inimagináv­el. A literatura salva. A nossa mente continua sã, porque temos o livro para viajarmos para longe da depressão, da ansiedade e do medo.

LUIZ CARLOS AMORIM lcaescrito­r@gmail.com

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