“SEMPRE QUE SE DIVIDIU, O PS DERROTOU-SE A SI PRÓPRIO”
Depois de vários passos em falso, Tiago Barbosa Ribeiro será o candidato ao Porto
Tiago Barbosa Ribeiro
Tiago Barbosa Ribeiro apresentou-se como candidato à Câmara do Porto, justificando que recebeu, “ao longo dos últimos dias, muitos apelos dentro e fora do PS para que reponderasse” a sua posição, após ter comunicado que se retirava da corrida. Agora, ao anunciar a proposta que levou ontem à noite à Comissão Política Concelhia que lidera, onde o seu nome foi aprovado por unanimidade, disse que “não podia” assumir este desafio sem apoio dos órgãos do PS e pediu unidade. Admitiu que combater Rui Moreira será muito difícil e promete um projeto alternativo.
“Após profunda reflexão quanto às condições de unidade e empenho de todos na construção deste projeto, tomei uma decisão que anuncio agora. Não faltarei ao Porto. Apresentarei a minha candidatura à Câmara na reunião da Comissão Política Concelhia do PS”, disse o deputado, que tinha afastado uma candidatura ainda antes de ser anunciado Eduardo Pinheiro. Mas há muito que alimentava o objetivo de avançar.
Na sede socialista, no Porto, estava ontem Manuel Pizarro, líder distrital que, na última semana, era apontado como solução, após Eduardo Pinheiro ter recuado por pressão e falta de apoio das estruturas locais. António Costa disse que não iria interferir no processo e, no final da semana, também José Luís Carneiro se excluiu da corrida.
Eduardo Vítor Rodrigues, “vice” distrital e membro do Secretariado Nacional, apontou Pizarro como solução “óbvia e natural”, dizendo estarem reunidas as condições para avançar.
“APOIO DOS ÓRGÃOS DO PS”
Porém, o vereador e eurodeputado não terá sentido uma base de apoio suficiente, apesar de ter adeptos também na Concelhia, disse fonte do partido ao JN.
Agora, “é tempo de avançar e dizer sim, de mobilizar o PS e de galvanizar a cidade”, disse Barbosa Ribeiro.
Questionado sobre se Costa tinha já concordado com a candidatura, garantiu que “mereceu a confiança de todos os membros” do partido. E “não podia partir para uma candidatura sem o apoio dos órgãos do PS”.
“Não ignoro nenhuma dificuldade desta candidatura, num contexto já de si complexo com a pandemia e não só. Teremos três meses para provar de que fibra se fazem os socialistas do Porto. Como disse Mário Soares, só é derrotado quem desiste de lutar”, admitiu.
Desvalorizou as divisões mas deixou avisos: “não sinto que o partido esteja divido, sinto é que tem de estar unido”. Até porque, “sempre que se dividiu, o PS derrotou-se a si próprio”. “Temos de estar unidos para um combate muito difícil. Os processos autárquicos contra um presidente que se recandidata são mais difíceis de disputar”, disse, instado sobre Rui Moreira.
“É tempo de avançar e dizer sim, de mobilizar o PS e de galvanizar a cidade” “Ao longo dos últimos dias, recebi muitos apelos dentro e fora do PS para que reponderasse a posição em relação à candidatura” “Não ignoro nenhuma das dificuldades desta candidatura, num contexto já de si complexo com a pandemia e não só” “Teremos cerca de três meses para provar de que fibra se fazem os socialistas do Porto. Como disse Mário Soares, só é derrotado quem desiste de lutar” “Temos de estar unidos para um combate muito difícil. Os processos autárquicos contra um presidente que se recandidata são mais difíceis de disputar” “Sempre que se dividiu, o PS derrotou-se a si próprio, mas quem mais perdeu foi verdadeiramente o Porto (...) É tempo de virar a página e oferecer à cidade um projeto autárquico alternativo”.