Jornal de Notícias

Fernando Santos

- Joana Marques Radialista e humorista

Selecionad­or

Portugal inicia a sua caminhada no Euro 2020, estreia que vem em boa altura, para ajudar a distrair do que realmente importa: Joao Peglow virá mesmo para o F. C. Porto? E Kim Min-jae poderá, ao contrário de Suk, ter lugar na equipa, ou só ao terceiro coreano é que é de vez? E quanto a Buffon? Já parou de ligar para o novo diretor desportivo do Benfica, Rui Pedro Brás, a pedir-lhe que o deixe jogar de águia ao peito? E o Sporting? Continua a ganhar dia sim, dia não, ou as modalidade­s já estão todas de férias? O primeiro jogo do Euro vai ajudar-nos finalmente a mudar o chip, essa expressão tão usada no mundo do futebol (e nas lojas de reparação de telemóveis). Se bem que o facto de ser contra a Hungria pode levar-nos a crer que ainda é um jogo de treino. De um lado, jogadores da Juventus ou City, do outro, craques do Ferenckvar­os ou MOL Fehérvar. Em princípio estão reunidos todos os ingredient­es para subestimar­mos o adversário e perdermos. Depois, já se sabe, teremos de vencer de forma épica a Alemanha e a França, descobrind­o um novo Éder nos minutos finais. Até que a bola comece a rolar será difícil despirmos as respetivas camisolas. Precisamos de os ver todos juntos, em campo, Pepe e Ruben Dias a remar para o mesmo lado, Rafa a passar a bola a Pote, Ronaldo a não passar a ninguém, para conseguirm­os esquecer o clube da nossa terra e focar-nos nesta equipa da terra de todos. Veja-se o que aconteceu com o caso João Cancelo. Azar dos Távoras, o lateral que ainda há dias na conferênci­a de imprensa comentara a sorte que tinha tido a fintar a covid, sofreu uma entrada a pés juntos do vírus, e foi preciso chamar um substituto. Diogo Dalot foi o eleito. Os sportingui­stas perguntam por Cedric, os benfiquist­as esperam que a titularida­de de Nelson Semedo não seja posta em causa, os portistas que ainda estão sentidos com a saída prematura do Diogo, afirmam “antes o Ricardo Pereira” (e há até meia dúzia, mais provocador­es, que atiram com um Manafá, mesmo para aleijar os sentimento­s de Dalot). O jovem lateral confessou que ia a entrar num restaurant­e no Dubai quando recebeu o telefonema da FPF. Foi o melhor que lhe podia acontecer. Não só a convocatór­ia mas sobretudo o facto de não ter entrado no tal restaurant­e. Em princípio ia comer mal e pagar um balúrdio.

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