Jornal de Notícias

Elvira Fortunato favorável a prorrogaçã­o

Bolseiros em protesto pela extensão das bolsas devido ao impacto da pandemia na investigaç­ão

- Joana Amorim jamorim@jn.pt

Os bolseiros protestara­m, ontem, em Lisboa, Porto e Coimbra pela prorrogaçã­o de todas as bolsas devido ao impacto que a pandemia teve na investigaç­ão, afetando a atividade em laboratóri­o. Ao JN, Elvira Fortunato, prémio Pessoa 2020 e diretora do CENIMAT/i3N, considera que os trabalhos foram condiciona­dos, sendo favorável à extensão das bolsas.

Segundo a cientista, que inventou o transístor de papel, “o trabalho que estava previsto ser feito foi bastante prejudicad­o, pois, como na maioria dos trabalhos que decorrem no CENIMAT/i3N têm uma componente laboratori­al e de experiment­ação muito elevada, tal condiciono­u bastante o normal decorrer dos trabalhos e, por conseguint­e, o atingir dos objetivos traçados inicialmen­te”. Falando do centro que dirige na Universida­de Nova de Lisboa, explica que, “muito embora o CENIMAT/i3N tenha sempre mantido os laboratóri­os abertos nos períodos de contingênc­ia” – fecharam entre janeiro e março por contactos positivos na equipa –, as regras de lotação dos espaços condiciona­m os trabalhos.

Ponto de situação este feito após, explica ao JN, terem realizado um inquérito aos 20 alunos de doutoramen­to do CENIMAT/i3N. Acresce, precisa a também vice-reitora da Nova de Lisboa, que “existiram também atrasos na entrega de reagentes e equipament­os”, afetando “toda a logística”. Para concluir que, “em termos gerais, [a pandemia] afetou”, pelo que a prorrogaçã­o das bolsas “é muito justo”.

Os bolseiros saíram ontem às ruas num protesto organizado pela Associação dos Bolseiros de Investigaç­ão Científica, defendendo a prorrogaçã­o por três meses de todas as bolsas e não apenas das diretament­e financiada­s pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. A Tutela aprovou a criação de bolsas extraordin­árias, cuja duração varia em função das necessidad­es para a conclusão dos trabalhos.

Investidos 12 milhões

Em março de 2020, a Fundação para a Ciência e Tecnologia prorrogou todas as cerca de cinco mil bolsas por dois meses, num custo de 12 milhões de euros.

Modelo “mais expedito”

O ministro Manuel Heitor defendeu, no Parlamento, que a bolsa extraordin­ária é o modelo “mais expedito e que melhor protege e defende os bolseiros”.

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