Militares querem aumentos salariais
Petição para revisão das remunerações entra no Parlamento
Foi com o Orçamento do Estado 2022 na mira que as associações profissionais de militares das Forças Armadas (FA) entregaram, ontem de manhã, na Assembleia da República, as 7700 assinaturas da petição “Revisão e alteração do sistema remuneratório”.
“Estamos a contar ser recebidos, já a partir de setembro, pela Comissão de Defesa, para apresentarmos as nossas propostas, de forma a que possam ser contempladas no Orçamento do Estado para 2022”, explicou ao JN o presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA), tenente-coronel António Mota, sublinhando que a reivindicação dos profissionais das FA está “em linha com aquilo que o Presidente da República tem referido, que a revisão é uma necessidade”.
“Queríamos trazer este assunto para a ordem do dia e, agora, vai ser obrigatoriamente discutido na Assembleia da República”, congratulou-se o oficial, que lembrou que “não há revisão da tabela remuneratória há 10 anos”. Esta lacuna – sustenta o dirigente da AOFA – “tem influência direta na exiguidade dos efetivos, pois as FA são cada vez menos atrativas”. E exemplifica, estabelecendo a comparação com as remunerações nas forças de segurança: “Um oficial da GNR ganha, em média, mais 700 euros do que um militar das Forças Armadas, porque tem uma série de suplementos e subsídios que os militares das FA não têm. Temos uma diferença enorme de valores médios em relação à GNR e à PSP”.
A petição foi entregue ao vice-presidente da AR, Fernando Negrão, por uma delegação composta por elementos das três estruturas que representam os militares: AOFA, Associação Nacional de Sargentos e Associação de Praças.