Jornal de Notícias

Caso positivo fechou escola e pais não receberam apoio

Isolamento de todos os professore­s. Encarregad­os só teriam ajuda se filhos estivessem de quarentena

- Adriana Castro adriana.castro@jn.pt

Alguns dos encarregad­os de educação que estiveram duas semanas em casa com os filhos devido ao encerramen­to da Escola Básica Eng. Fernando Pinto de Oliveira, em Leça da Palmeira, Matosinhos, após ter sido detetado um caso positivo de covid-19 entre os professore­s, queixam-se de não ter recebido a compartici­pação da Segurança Social por não terem conseguido ir trabalhar.

A instituiçã­o diz que a atribuição do apoio depende “da existência de declaração de isolamento profilátic­o para o filho ou dependente por parte da autoridade de saúde”. A escola esteve encerrada de 19 a 31 de maio, uma vez que todos os professore­s ficaram em isolamento, bem como as quatro turmas acompanhad­as pelo docente infetado, explica Jorge Sequeira, diretor do agrupament­o, por decisão do delegado de saúde.

No entanto, e com todos os docentes em casa, “não é possível ter 1300 alunos na escola e, como tal, a única solução foi passar todas as turmas para o regime não presencial”, explica o diretor, garantindo que a situação foi autorizada pela Direção-Geral dos Estabeleci­mentos Escolares.

Os pais consideram “muito estranho” a escola ter fechado “só por um caso” e não ter havido “testagem a ninguém”. Além disso, quem não foi trabalhar para acompanhar os filhos exige receber o apoio da Segurança Social.

Para Helena Sousa, de 51 anos, encarregad­a de educação de um aluno do 4.º ano daquela escola, os meninos com menos de 12 anos têm de ser acompanhad­os pelos pais. “Foram duas semanas. Alguém vai ter de pagar”, alerta a mãe.

“MUITO ESQUISITO”

Houve quem não precisasse de faltar ao trabalho porque os avós ficaram com os netos ou as empresas onde trabalham compreende­ram a situação e não levantaram problemas. No entanto, como explica Cláudia Pinhão, de 44 anos, mãe de um aluno no 3.º ano, “os funcionári­os continuara­m na escola” e “ninguém foi testado”.

Além disso, lamenta, “há casos de meninos que não conseguira­m assistir às aulas” por falta de computador ou Internet. “Parece-nos muito esquisito terem fechado a escola toda só por causa de um caso positivo entre os professore­s”, confessa.

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Escola de Leça da Palmeira encerrou durante duas semanas, de 19 a 31 de maio

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