Caso positivo fechou escola e pais não receberam apoio
Isolamento de todos os professores. Encarregados só teriam ajuda se filhos estivessem de quarentena
Alguns dos encarregados de educação que estiveram duas semanas em casa com os filhos devido ao encerramento da Escola Básica Eng. Fernando Pinto de Oliveira, em Leça da Palmeira, Matosinhos, após ter sido detetado um caso positivo de covid-19 entre os professores, queixam-se de não ter recebido a comparticipação da Segurança Social por não terem conseguido ir trabalhar.
A instituição diz que a atribuição do apoio depende “da existência de declaração de isolamento profilático para o filho ou dependente por parte da autoridade de saúde”. A escola esteve encerrada de 19 a 31 de maio, uma vez que todos os professores ficaram em isolamento, bem como as quatro turmas acompanhadas pelo docente infetado, explica Jorge Sequeira, diretor do agrupamento, por decisão do delegado de saúde.
No entanto, e com todos os docentes em casa, “não é possível ter 1300 alunos na escola e, como tal, a única solução foi passar todas as turmas para o regime não presencial”, explica o diretor, garantindo que a situação foi autorizada pela Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares.
Os pais consideram “muito estranho” a escola ter fechado “só por um caso” e não ter havido “testagem a ninguém”. Além disso, quem não foi trabalhar para acompanhar os filhos exige receber o apoio da Segurança Social.
Para Helena Sousa, de 51 anos, encarregada de educação de um aluno do 4.º ano daquela escola, os meninos com menos de 12 anos têm de ser acompanhados pelos pais. “Foram duas semanas. Alguém vai ter de pagar”, alerta a mãe.
“MUITO ESQUISITO”
Houve quem não precisasse de faltar ao trabalho porque os avós ficaram com os netos ou as empresas onde trabalham compreenderam a situação e não levantaram problemas. No entanto, como explica Cláudia Pinhão, de 44 anos, mãe de um aluno no 3.º ano, “os funcionários continuaram na escola” e “ninguém foi testado”.
Além disso, lamenta, “há casos de meninos que não conseguiram assistir às aulas” por falta de computador ou Internet. “Parece-nos muito esquisito terem fechado a escola toda só por causa de um caso positivo entre os professores”, confessa.