A aposta na qualificação
A superação do défice de qualificação de jovens e adultos continua a ser um dos principais desafios do país, não obstante o progresso registado nos últimos anos, nomeadamente no número de estudantes que ingressam no Ensino Superior.
O défice de qualificações verifica-se em diferentes dimensões, nomeadamente ao nível das qualificações do Ensino Secundário e profissional (25,9% dos 25 aos 64 anos, face a 46,8% na UE, em 2019) e do Superior (26,3% face a 31,6% da UE). Contudo, a dupla certificação tem vindo a assumir uma expressão cada vez mais significativa na formação de jovens e terá maior relevância na recuperação económica e social do país após a pandemia. Refira-se que em 2018/19 estavam inscritos mais de 135 mil alunos em ofertas de dupla certificação, sendo maioritária a participação em cursos profissionais.
Esta oferta traduz-se em modalidades de formação que partilham a dupla certificação como característica comum, podendo os alunos concluir os cursos com uma qualificação ao nível do Secundário e, em simultâneo, do profissional que permita a inserção no mercado de trabalho ou seguir para o Ensino Superior.
Por sua vez, o acesso ao Ensino Superior de estudantes que concluem o Secundário por via profissionalizante é uma oportunidade que exige assim um maior envolvimento e mobilização das instituições do Superior, em articulação com escolas profissionais, empresas e autarquias.
Por um lado, as instituições devem oferecer mais vagas em cursos com maior potencial de procura e que estejam em sintonia com as necessidades do tecido empresarial das regiões onde estão localizadas. Por outro lado, permitir-se-á às regiões fixar e atrair talento nas suas áreas de especialização.
Dito isto, é fundamental privilegiar a criação de fileiras formativas em áreas que respondam aos desafios societais e se traduzam no desenvolvimento das regiões, num contexto de especialização inteligente.