Travagem no regresso do público às provas amadoras
Entidades estão a alertar os clubes de que ainda não é possível abrir as bancadas. Normas e orientações da DGS por clarificar
O processo relacionado com o regresso do público a eventos desportivos, que já devia ter tido evolução positiva no último fim de semana, está pendente que a Direção Geral de Saúde (DGS) defina, em sede própria, novas normas e orientações para o efeito. Sem regras claras, associações e federações de várias modalidades estão a alertar os clubes no sentido de ainda não ser possível abrir as bancadas. Mas alguns emblemas, com equipas de camadas jovens, já o fizeram, aparentemente, à margem das leis.
A antecipação, de 14 para dia 11, de uma nova etapa na fase de desconfinamento não teve seguimento, no que diz respeito à possibilidade de se assistir aos jogos, a nível nacional, regional e de camadas jovens. Mas basta espreitar as redes sociais (ver caixa ao lado) para se perceber que já houve vários encontros com assistência no fim de semana. A confusão é tal que muitos clubes permitiram o acesso às bancadas no sábado, mas, no dia seguinte, já não o fizeram. O alerta de dirigentes associativos e federativos terá mudado o posicionamento, sendo que, em alguns casos, a PSP ou a GNR estiveram presentes nos complexos desportivos, impedindo a presença de público. Assim, lá teve de voltar à velha fórmula de espreitar atrás dos muros, subindo a zonas mais altas das redondezas, num especial sacrifício de pais, em jogos que envolvem os próprios filhos.
LÍDER DA A. F. PORTO CRÍTICO
Apesar da resolução do Conselho de Ministros ter aberto caminho ao regresso do público, os jogos vão continuar a realizar-se à porta fechada, até que a DGS defina as normas e orientações sobre o assunto. Em causa estão assuntos como a exigência de testes negativos à covid-19, a existência de lugares marcados e regras de distanciamento. “O futebol mais uma vez é tratado como parente pobre. Ninguém da DGS se dignou a regulamentar a matéria”, diz, ao JN, o presidente da A.F. Porto, José Manuel Neves. O organismo associativo, que amanhã volta a ter vários jogos agendados, não sabe se os mesmos podem ou não ser abertos ao público. “Como isto está, não faço prognósticos. É uma brincadeira de mau gosto”, realça José Manuel Neves. Contactada pelo JN, a DGS não respondeu às questões até à hora do fecho da edição.