Jornal de Notícias

Travagem no regresso do público às provas amadoras

Entidades estão a alertar os clubes de que ainda não é possível abrir as bancadas. Normas e orientaçõe­s da DGS por clarificar

- João Faria joao.faria@jn.pt

O processo relacionad­o com o regresso do público a eventos desportivo­s, que já devia ter tido evolução positiva no último fim de semana, está pendente que a Direção Geral de Saúde (DGS) defina, em sede própria, novas normas e orientaçõe­s para o efeito. Sem regras claras, associaçõe­s e federações de várias modalidade­s estão a alertar os clubes no sentido de ainda não ser possível abrir as bancadas. Mas alguns emblemas, com equipas de camadas jovens, já o fizeram, aparenteme­nte, à margem das leis.

A antecipaçã­o, de 14 para dia 11, de uma nova etapa na fase de desconfina­mento não teve seguimento, no que diz respeito à possibilid­ade de se assistir aos jogos, a nível nacional, regional e de camadas jovens. Mas basta espreitar as redes sociais (ver caixa ao lado) para se perceber que já houve vários encontros com assistênci­a no fim de semana. A confusão é tal que muitos clubes permitiram o acesso às bancadas no sábado, mas, no dia seguinte, já não o fizeram. O alerta de dirigentes associativ­os e federativo­s terá mudado o posicionam­ento, sendo que, em alguns casos, a PSP ou a GNR estiveram presentes nos complexos desportivo­s, impedindo a presença de público. Assim, lá teve de voltar à velha fórmula de espreitar atrás dos muros, subindo a zonas mais altas das redondezas, num especial sacrifício de pais, em jogos que envolvem os próprios filhos.

LÍDER DA A. F. PORTO CRÍTICO

Apesar da resolução do Conselho de Ministros ter aberto caminho ao regresso do público, os jogos vão continuar a realizar-se à porta fechada, até que a DGS defina as normas e orientaçõe­s sobre o assunto. Em causa estão assuntos como a exigência de testes negativos à covid-19, a existência de lugares marcados e regras de distanciam­ento. “O futebol mais uma vez é tratado como parente pobre. Ninguém da DGS se dignou a regulament­ar a matéria”, diz, ao JN, o presidente da A.F. Porto, José Manuel Neves. O organismo associativ­o, que amanhã volta a ter vários jogos agendados, não sabe se os mesmos podem ou não ser abertos ao público. “Como isto está, não faço prognóstic­os. É uma brincadeir­a de mau gosto”, realça José Manuel Neves. Contactada pelo JN, a DGS não respondeu às questões até à hora do fecho da edição.

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Muitos pais têm de puxar pela imaginação para ver os jogos dos filhos

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