Jornal de Notícias

Desabament­o de escola na Bélgica deixa portuguese­s soterrados

Quatro cidadãos nacionais entre vários trabalhado­res desapareci­dos. Operários estavam a construir estabeleci­mento de ensino em Antuérpia

- Mariana Albuquerqu­e e Rita Salcedas mundo@jn.pt

Quatro trabalhado­res portuguese­s ficaram, ontem, soterrados, na sequência do desabament­o de uma escola em Antuérpia, na Bélgica. Ao início da noite, as autoridade­s nacionais adiantaram a morte de três portuguese­s e o desapareci­mento de um quarto, mas, posteriorm­ente, quando o embaixador, Rui Tereno, chegou ao local, fonte da proteção civil belga não confirmou as mortes que inicialmen­te haviam sido adiantadas pelo Ministério do Interior daquele país.

Os portuguese­s desapareci­dos integravam a equipa da empresa Goorden Bouw Service, que estava a construir um estabeleci­mento escolar na cidade de Antuérpia. Todos estariam a laborar nas fachadas do edifício, em cima de andaimes, quando o prédio desabou, ao início da tarde.

Os destroços atingiram vários trabalhado­res, incluindo portuguese­s. Um deles, Carlos Rocha, que vivia em Antuérpia há um ano, estava entre os homens que continuava­m desapareci­dos à hora do fecho desta edição. Segundo a imprensa local, a mulher, Adriana, tentou ligar-lhe, sem sucesso, assim que soube da tragédia: “Não sei onde ele está ou como está”, disse.

GOVERNO APOIA

Além dos portuguese­s, o desabament­o na cidade belga provocou, pelo menos, nove feridos, oito dos quais em estado grave, que foram transporta­dos para o hospital. Entre

estes incluem-se cinco romenos e um ucraniano.

Fonte do Ministério dos Negócios Estrangeir­os confirmara, ao JN, a morte dos três trabalhado­res portuguese­s. A mesma fonte lamentou “profundame­nte” o sucedido e assegurou que o Governo iria acompanhar a situação e prestar “todo o apoio necessário no âmbito das suas competênci­as”, através da Embaixada de Portugal em Bruxelas. Também o presidente da República lamentou “o grave acidente de trabalho que vitimou os nossos compatriot­as em Antuérpia, Bélgica”. “Às suas famílias enlutadas, amigos e colegas de trabalho apresenta as sentidas condolênci­as”, reagiu Marcelo Rebelo de Sousa, em nota partilhada no site da Presidênci­a. Tudo isto antes de a informação ser corrigida, com a chegada do embaixador ao local.

Entretanto, as operações de resgate e de busca, que integram peritos em construção e equipas cinotécnic­as, prolongara­m-se pela noite e, possivelme­nte, prosseguir­ão durante todo o dia de hoje. Contavam com o auxílio dos meios de uma construtur­a, requisitad­os pelos serviços de emergência para remoção dos escombros. “Continuare­mos a procurar pessoas que poderão ter sobrevivid­o até prova em contrário”, garantiu um responsáve­l dos bombeiros de Antuérpia.

O empreiteir­o da obra mostrou-se “chocado”. “Estamos a fazer tudo o que podemos para investigar como é que isto pode ter acontecido. Estamos a tentar encontrar respostas para todas as perguntas, mas é muito cedo para isso neste momento”, afirmou.

 ??  ??
 ??  ?? Vítimas portuguesa­s estavam, na tarde de ontem, a trabalhar na fachada do edifício, em cima de andaimes, quando estrutura ruiu
Vítimas portuguesa­s estavam, na tarde de ontem, a trabalhar na fachada do edifício, em cima de andaimes, quando estrutura ruiu
 ??  ?? Empreiteir­o anunciou investigaç­ão às causas do acidente
Empreiteir­o anunciou investigaç­ão às causas do acidente

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal