Jornal de Notícias

CDS considera infeliz a garantia de Marcelo

Governo acusado de propaganda pela oposição, de errar na comunicaçã­o e de cegueira ideológica

- Hermana Cruz hermana.cruz@jn.pt

O CDS-PP considerou, ontem, de uma “enorme infelicida­de” as declaraçõe­s do presidente da República, ao garantir que não haverá um recuo no desconfina­mento. Num debate sobre o período de estado de emergência, a oposição criticou o Governo por erros de comunicaçã­o, por um discurso de “propaganda constante” e por ter “cegueira ideológica”.

“Se a frase do presidente da República é, no mínimo, uma enorme infelicida­de, o pingue-pongue que se seguiu foi absurdo”, atacou o líder parlamenta­r do CDS-PP, ao criticar “um conjunto de mensagens erradas e a comunicaçã­o desastrosa” do Governo na pandemia. “Tivemos, de facto, inúmeras contradiçõ­es”, reforçou Telmo Correia, exemplific­ando com a desvaloriz­ação das máscaras e da medição da temperatur­a para posterior obrigatori­edade.

“É verdade que existem novas variantes mas também é verdade que o Governo não aproveitou a capacidade de testagem do país e teve uma péssima comunicaçã­o”, concordou o bloquista Moisés Ferreira.

Para os centristas, eventos como os festejos do Sporting “tiveram uma relação direta” no surgimento do que temem ser uma quarta vaga. E o Governo mostrou “cegueira ideológica” ao não recorrer, durante a pandemia, a toda a capacidade instalada do setor privado.

ATAQUE A PASSOS COELHO

“Cegueira ideológica foi na gestão da crise anterior (troika), quando cortaram no Serviço Nacional de Saúde como nunca se tinha visto”, reagiu a líder parlamenta­r do PS, visando o Governo de Pedro Passos Coelho.

Ana Catarina Mendes vincou, de seguida: “O Estado não falhou. O Estado respondeu, sem limites, às necessidad­es das populações”.

“São os maiores do Mundo na propaganda constante”, ripostou Telmo Correia. “Podíamos e devíamos ter feito melhor”, anuiu Cláudia Bento (PSD), criticando, do lado da oposição, os atrasos na assistênci­a não covid.

“Tivemos que tomar medidas muito difíceis num cenário que nenhum Governo teve que lidar”, reagiu o secretário de Estado e Adjunto da Saúde, António Lacerda Sales, consideran­do que “ano 2021 será decisivo” para o SNS.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal