CDS considera infeliz a garantia de Marcelo
Governo acusado de propaganda pela oposição, de errar na comunicação e de cegueira ideológica
O CDS-PP considerou, ontem, de uma “enorme infelicidade” as declarações do presidente da República, ao garantir que não haverá um recuo no desconfinamento. Num debate sobre o período de estado de emergência, a oposição criticou o Governo por erros de comunicação, por um discurso de “propaganda constante” e por ter “cegueira ideológica”.
“Se a frase do presidente da República é, no mínimo, uma enorme infelicidade, o pingue-pongue que se seguiu foi absurdo”, atacou o líder parlamentar do CDS-PP, ao criticar “um conjunto de mensagens erradas e a comunicação desastrosa” do Governo na pandemia. “Tivemos, de facto, inúmeras contradições”, reforçou Telmo Correia, exemplificando com a desvalorização das máscaras e da medição da temperatura para posterior obrigatoriedade.
“É verdade que existem novas variantes mas também é verdade que o Governo não aproveitou a capacidade de testagem do país e teve uma péssima comunicação”, concordou o bloquista Moisés Ferreira.
Para os centristas, eventos como os festejos do Sporting “tiveram uma relação direta” no surgimento do que temem ser uma quarta vaga. E o Governo mostrou “cegueira ideológica” ao não recorrer, durante a pandemia, a toda a capacidade instalada do setor privado.
ATAQUE A PASSOS COELHO
“Cegueira ideológica foi na gestão da crise anterior (troika), quando cortaram no Serviço Nacional de Saúde como nunca se tinha visto”, reagiu a líder parlamentar do PS, visando o Governo de Pedro Passos Coelho.
Ana Catarina Mendes vincou, de seguida: “O Estado não falhou. O Estado respondeu, sem limites, às necessidades das populações”.
“São os maiores do Mundo na propaganda constante”, ripostou Telmo Correia. “Podíamos e devíamos ter feito melhor”, anuiu Cláudia Bento (PSD), criticando, do lado da oposição, os atrasos na assistência não covid.
“Tivemos que tomar medidas muito difíceis num cenário que nenhum Governo teve que lidar”, reagiu o secretário de Estado e Adjunto da Saúde, António Lacerda Sales, considerando que “ano 2021 será decisivo” para o SNS.