Especial
A nova mobilidade para tornar o Mundo mais sustentável não passa apenas por melhorar a tecnologia existente, com a eletrificação, mas por mudar o chip, fazer uma verdadeira rutura no nosso estilo de vida, e usar o volume gigantesco de dados disponíveis para melhorar a vida das pessoas. Este é o desafio lançado por Andrea San Gil León, engenheira ambiental e consultora em cidades sustentáveis, em mais um entrevista Portugal Mobi Summit via online, a partir da Costa Rica.
“É preciso ir além da ideia de simplesmente melhorar a tecnologia, porque a eletrificação, por si só, não resolve o problema do ambiente e do congestionamento do tráfego nem a iniquidade no acesso à mobilidade”, disse esta sexta-feira a cofundadora da Agile City Partners, que ajuda governos e organizações a implementarem programas de sustentabilidade na América Latina.
“O que assistimos muitas vezes é a um investimento muito centrado em melhorar as infraestruturas para tornar mais rápido o acesso dos carros às cidades, esquecendo que, sem outras intervenções, isso perpetua o problema da iniquidade no acesso à mobilidade, pois os utilizadores dos carros já são os privilegiados”.
E este é justamente um ponto central do discurso de Andrea León. “A mobilidade é uma ferramenta importante para reduzir a iniquidade e a pobreza , pois ela está diretamente relacionada com o acesso às oportunidades. Quem está mais longe e tem de despender mais tempo e dinheiro para chegar à escola ou ao trabalho está em clara desvantagem”.