Jornal de Notícias

Mudar o chip é o que defende a especialis­ta da Costa Rica em cidades sustentáve­is. “Precisamos mesmo de fazer tantas viagens?”, pergunta Andrea León, que aponta soluções para melhorar a vida urbana e aumentar a segurança das mulheres, vítimas de assédio n

CIDADES

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Isso mesmo indicam estudos realizados na Costa Rica, segundo os quais “os utilizador­es de autocarros demoram o dobro do tempo ou mais para chegar ao seu destino do que quem usa carro individual”, diz. Ora, para a especialis­ta em cidades sustentáve­is, “esse tempo gasto em transporte­s é algo que está a ser subtraído às pessoas”, que o podiam utilizar de outras maneiras, desde estudar, trabalhar, ou para atividades de lazer ou ligadas à vida familiar.

Por isso, Andrea defende que devemos começar a colocar outras questões: “precisamos mesmo de fazer todas essas viagens?”. É a resposta a esta pergunta que nos dará as pistas para começar a repensar o planeament­o urbano e a mobilidade, ou seja, o funcioname­nto das comunidade­s, defende.

São temas que remetem para as potenciali­dades do teletrabal­ho, por exemplo, mas também para aquilo que cada vez mais urbanistas defendem que é evoluirmos gradualmen­te para os chamados “bairros de 15 minutos”, em que um residente possa aceder a um leque variado de atividades, desde serviços públicos a culturais e de lazer, a uma distância de 15 minutos a pé, de bicicleta ou de transporte público.

MELHORAR A SEGURANÇA DAS PASSAGEIRA­S

Os desafios que se colocam às cidades e à sua sustentabi­lidade têm dimensões muito diversas, sendo que a mobilidade é um eixo central. Mas, alerta Andrea León, “nesta matéria não podemos ser alheios à grande diversidad­e de públicos” e devemos usar a gigantesca quantidade de dados recolhidos por via digital para melhorar a

Pode melhorar-se a segurança das mulheres à noite, permitindo paragens a pedido, como já acontece nos autocarros de Barcelona

vida de quem mais precisa.

Muito importante, assinala, é também usar esses dados numa perspetiva com base no género. Porquê? “Sabemos que a maioria das pessoas que usam transporte­s públicos são mulheres e este é um universo mais vulnerável, por exemplo, em matéria de segurança”.

A esse propósito, a consultora diz

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