Jornal de Notícias

Municípios maiores e menos fragmentaç­ão

Número de concelhos longe da média de unidades territoria­is

- C.S.

O registo de 308 municípios fica bem distante da média europeia que se fixa em torno das 2730 unidades territoria­is, destaca Miguel Ângelo Vilela Rodrigues. Ou seja, explica que Portugal tem, em termos absolutos, um nível de fragmentaç­ão territoria­l municipal abaixo da média.

Além disso, “quando se pondera o número de unidades municipais pela população, Portugal, com cerca de 42 mil habitantes por município, tem um registo superior à média dos estados da UE, com 25 mil habitantes” por concelho.

“A nível municipal, a estabilida­de da estrutura administra­tiva tem sido uma constante. A última alteração data de 1998 com a criação dos municípios de Odivelas, Trofa e Vizela. Desde então, o poder local sofreu uma única atualizaçã­o, em 2009, e ao nível das freguesias com uma redução de 4269 para 3092”, recorda.

VANTAGEM OU LIMITAÇÃO?

A seu ver, “o facto de os municípios portuguese­s terem uma dimensão acima da média europeia pode ser encarado como aspeto positivo, visto permitir o aproveitam­ento de economias de escala, mas também pode constituir uma limitação”. Ou seja, “maior dimensão é sinónimo de maior densidade de representa­ção política, o que põe em risco a eficácia de ‘accountabi­lity’ (como o prestar de contas e a transparên­cia)”.

Na comparação territoria­l, diz que Portugal está no 24.o lugar em 39 países. França lidera com mais de 36 mil unidades, seguida da Ucrânia e Alemanha com pouco mais de 11 mil. No oposto, estão países como a Irlanda, com 31 municípios, e o Liechtenst­ein com apenas 11. No quadro da UE, Portugal ocupa o 17.o lugar, entre a Finlândia e a Suécia. ●

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