Jornal de Notícias

PCP defende limites legais aos valores de venda

Deco diz que medida apresenta graves inconvenie­ntes

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O PCP apresentou no início deste mês, na Assembleia da República, dois projetos-lei para definir preços máximos para os combustíve­is e para prolongar o regime de preços máximos nas botijas de gás, até ao final de 2022.

De acordo com os comunistas, tendo em conta a crise económico-social provocada pela pandemia, há necessidad­e de implementa­r medidas para recuperar várias atividades e aumentar o rendimento disponível das famílias.

Pedro Silva, da Deco, entende que “uma imposição de preços máximos é sempre uma medida limite, porque vai ter graves inconvenie­ntes a prazo”. Explica que “uma interferên­cia direta no mercado cria problemas para ambos os lados”. É “bom para os consumidor­es no curto prazo, mas a longo prazo cristaliza o mercado do lado dos operadores”, acabando por ser “uma ingerência nas suas regras de negócio”.

Na opinião do especialis­ta da Deco, “é possível ter o mesmo tipo de efeito mexendo nos impostos”. Lembra que nos combustíve­is líquidos “a carga fiscal está na casa dos 60%”, o que “é bem superior à média europeia”.

Em 2012, recorda, o preço do petróleo era “bem mais alto”, na casa dos “130 dólares por barril”, enquanto atualmente “está nos 75”. O que acontece é que “desde 2012 até agora houve uma subida enorme dos impostos”.

A Deco defende, há muito, uma “taxa de IVA reduzida para a eletricida­de, enquanto serviço público essencial”, pois “não faz sentido ter taxas reduzidas e intermédia­s em determinad­as partes do consumo”. A situação gera mesmo uma “enorme confusão no consumidor quando quer interpreta­r uma fatura de eletricida­de”.

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