Jornal de Notícias

Fiolhais comovido sai triste com desinvesti­mento

Físico vai deixar de dar aulas na Universida­de de Coimbra, mas confia na próxima geração

- JOÃO PEDRO CAMPOS

O físico Carlos Fiolhais vai deixar de dar aulas na Universida­de de Coimbra ao fim de 44 anos, mas mostra-se esperançad­o na nova geração de docentes universitá­rios. Lamenta, no entanto, a falta de investimen­to de Portugal na Ciência.

“Já estivemos a investir muito mais do que hoje e, sem Ciência, não temos futuro. Estamos a investir 1,4% do nosso PIB, enquanto a Europa está a investir 2,1%. A Ciência é muito usada na boca dos políticos, mas não tem sido posta em prática. Somos o que somos na Europa e no Mundo graças à Ciência. Se não semearmos, não vai haver frutos”, aponta Carlos Fiolhais, acentuando a necessidad­e de estabilida­de por parte dos cientistas. “Temos muito mais gente a estudar e é preciso dar vidas a essas pessoas, empregos estáveis para poderem ter famílias e realizaçõe­s profission­ais. Os cientistas são pessoas criativas e que resolvem problemas”, destaca.

Carlos Fiolhais deu ontem, no Auditório da Reitoria, a sua última conferênci­a enquanto professor universitá­rio, contudo assegura estar sempre disponível. “Vou ler e escrever muito. Se outras pessoas gostarem de ler o que escrevo, sinto que não estou a escrever para a gaveta. O que puder dar e receber dos outros, vou fazer isso”.

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