Candidata-se com o apoio do PS e do Juntos Pelo Povo à Câmara da Maia, sendo a criação de mais espaços verdes a sua prioridade
O filho de José Vieira de Carvalho, o autarca que governou a Maia quase ininterruptamente durante três décadas, volta a candidatar-se pelo PS e com o apoio do Juntos Pelo Povo (JPP). Em 2017, perdeu para Silva Tiago, do PSD/CDS-PP. A aposta agora é criar uma Maia “mais amiga do ambiente”.
Há quatro anos saiu derrotado nas eleições. O que o fez voltar a candidatar-se?
É a vontade das pessoas. Não é vontade própria, nem das pessoas que estão comigo, cerca de 200 autarcas, mas a vontade e o apoio de quem quer este projeto que defende um novo futuro para a Maia.
Apesar disso, não foi a primeira escolha do PS, que lançou inicialmente o nome de Teresa Almadanim, que abandonaria a candidatura...
Essa questão passa-me ao lado. Há mais de um ano que sou o candidato escolhido por António Costa. Agora, como sou independente, essas questões internas do partido já não sei.
Que ideias novas tem para a Maia?
O que a Maia necessita é de um novo futuro, de ser uma ecocidade. Uma cidade de 15 minutos onde, nesse espaço de tempo, a pé ou de bicicleta as pessoas cheguem ao emprego, à cultura, ao desporto. Uma Maia que assenta na saúde pública e bem estar. A Maia vem de uma era de obras e a verdade é que de quatro em quatro anos há um misto de obras e campanha.
Mas os investimentos não são necessários para resolver necessidades estruturais?
As obras são sempre necessárias, mas devem ser realizadas ao longo do mandato e não concentradas nos meses que antecedem as eleições. Esse é a ideia de uma Maia antiga e o nosso pensamento é diferente.
Mas então que projetos pensa realizar se for eleito?
A aposta será nos espaços verdes e na criação do maior parque urbano central, com o diâmetro de dois mil metros, com início no centro até à zona onde é realizada a Feira da Maia, sob a via rodoviária que ficará em túnel. Algo como o londrino St. James’s Park. E fazer zonas verdes de proximidade.
E que outras carências ainda tem a Maia?
De habitação social e sobretudo rendas acessíveis, sendo essa a única forma de colocar os mais jovens e os menos jovens, a classe mais baixa, a média e a alta juntos no mesmo edifício. Um modelo muito utilizado no estrangeiro: em vez da autarquia entregar uma casa social o ideal é proporcionar rendas acessíveis para quem necessita, evitando-se guetos. A ideia de construção de grandes bairros camarários está ultrapassada.
Temos de fazer uma reconciliação entre a Maia urbana e a rural. Isso resolve-se com a criação de ciclovias e passagens pedonais, ligando toda esta mescla.
Como classifica a gestão autárquica de Silva Tiago?
Entendemos que a atuação no caso Tecmaia era duvidosa e o JPP entendeu que a justiça devia-se pronunciar-se. A pronuncia ainda está a meio mas, em termos éticos, compete agora aos maiatos dizer o que acham sobre o uso de dinheiros públicos para pagar dívidas privadas.