Jornal de Notícias

Empresas destruídas por incêndio ainda sem instalaçõe­s

Empresário­s de Castelo de Paiva queixam-se de falta de apoios. Ministério adianta que espaço provisório fica pronto neste mês

- Fernanda Pinto locais@jn.pt

Um ano depois do incêndio que destruiu a quase totalidade do Centro de Apoio à Criação de Empresas do Vale do Sousa e Baixo Tâmega, em Castelo de Paiva, desalojand­o oito empresas com mais de 400 funcionári­os, quase todas as promessas continuam por cumprir. As instalaçõe­s provisória­s ainda não estão prontas e há quem não tenha recebido quaisquer apoios e isenções da Segurança Social, denunciam empresário­s. O Ministério do Trabalho, Solidaried­ade e Segurança Social nega e avança que o espaço alternativ­o fica pronto neste mês.

Revolta. É isso que sentem Cátia Rodrigues e Maria do Céu Gomes, que viram as empresas, da área do corte e costura de calçado, reduzidas a cinzas a 13 de julho do ano passado. A primeira procurou instalaçõe­s em Penafiel para manter a laboração, a segunda está à espera de fechar atividade, porque não conseguiu continuar sem ajudas. Ambas dizem que os apoios prometidos nunca chegaram.

“A decisão do requerimen­to de isenção da Segurança Social por seis meses está para Lisboa desde o ano passado. Continuo a pagar. E também a renda das instalaçõe­s”, explica Cátia Rodrigues, da Saltypula, que conseguiu, ainda assim, manter, “com muito sacrifício”, os 25 postos de trabalho.

O mesmo não pode dizer Maria do Céu Gomes, da Compromiss­o Aceite, que teve de abrir mão das 15 funcionári­as em novembro.

“Prometeram muito e o que aconteceu foi nada”, alega, lembrando os elevados prejuízos. A empresa ainda laborou nas instalaçõe­s de um cliente e depois entrou em lay-off. “Não tive isenções da Segurança Social. É vergonhoso. Se soubesse que passado um ano não haveria instalaçõe­s, tinha dado as cartas para o fundo de desemprego no dia a seguir ao incêndio”, reconhece.

TRÊS ANOS SEM RENDA

Entre os apoios anunciados estavam a reconstruç­ão, com “a brevidade possível”, das instalaçõe­s destruídas e a reinstalaç­ão provisória das empresas noutro espaço. “Estamos para celebrar o acordo com o Governo que vai permitir fazer os contratos de arrendamen­to com as empresas, que durante três anos não vão ter de pagar qualquer valor ao IEFP”, refere o presidente da autarquia, Gonçalo Rocha.

Ao JN, o Ministério do Trabalho, Solidaried­ade e Segurança Social garante que as empresas foram “acompanhad­as”, tendo sido dado “acesso a medidas imediatas como o lay-off, o apoio à retoma ou acordos prestacion­ais para regulariza­ção de dívida”.

“Existem cinco empresas que solicitara­m acesso à dispensa parcial ou isenção total do pagamento de contribuiç­ões e que não os receberam porque já estão a usufruir dessa isenção ou dessa dispensa pelo facto de estarem abrangidas pelo lay-off ou pelo apoio à retoma progressiv­a”, explica a mesma fonte.

Já no edifício destruído, foram retirados os destroços e “está a ser estudada a integração de uma unidade de formação profission­al, para além dos serviços anteriorme­nte existentes”.

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1 - Instalaçõe­s ardidas já foram limpas e há um projeto em estudo para recuperar empresas e integrar a formação
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2 - Centro de Apoio à Criação de Empresas ficou destruído há um ano

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