Jornal de Notícias

Tudo o que temos

- POR Luísa Salgueiro Presidente da Câmara de Matosinhos

A pandemia veio demonstrar o valor das comunidade­s e a importânci­a das lideranças.

A família, a rua onde vivemos, a nossa cidade, a região em que nos integramos, o país e, até, o espaço internacio­nal em que o mesmo se situa todos são formas de comunidade­s de que dependemos e nas quais temos um papel intervenie­nte.

Acompanhám­os a situação pandémica pelo Mundo fora e foi fácil perceber a diferença que a liderança das comunidade­s faz perante um problema desta dimensão. Assistimos, quase incrédulos, à forma como Trump ou Bolsonaro lideraram esta crise, provocando muitas mortes desnecessá­rias, pela sua forma arrogante e prepotente de liderança.

Na Europa, vimos o contrário... apesar das dificuldad­es, das incertezas e da gravidade da situação, sentimos que existia uma liderança colaborati­va, que ouvia os cientistas, as empresas e as pessoas, criando um caminho de resposta à crise que foi muito além da questão de saúde pública.

Em Portugal, tivemos a capacidade de acompanhar as melhores práticas europeias e mundiais. É evidente que uma crise destas implica sempre erros ou imprevisto­s. Mas o que importa é que a liderança se saiba ligar à comunidade para que o trajeto possa ser sempre corrigido e para que a solução dos problemas seja construída de forma articulada, envolvendo-nos a todos.

Nos hospitais, nas autarquias, nos diferentes serviços públicos, a resposta à crise pandémica foi sempre dupla: apelar à responsabi­lidade de todos, envolvendo fortemente a comunidade, e assumir a liderança eficaz dos processos, garantindo que, em tempo útil, tudo se orientava para as melhores opções.

Escolher faz parte do nosso dia a dia. Todos tomamos decisões e

Os próximos anos requerem que os diferentes níveis de liderança saibam projetar o futuro, partilhand­o os objetivos que as comunidade­s que gerem ambicionam.

são estas decisões que fazem acontecer o presente e o futuro.

Nos próximos anos, sabemos que teremos dificuldad­es pela frente. A elas devemos ser capazes de reagir com espírito de comunidade, com capacidade de colaboraçã­o. Às lideranças será exigido que sejam capazes de mobilizar energias, de tomar boas decisões, de gerir bem os recursos e de corrigir a todo o momento os desvios que a crise provoque.

Mas, mais do que isso, os próximos anos requerem que os diferentes níveis de liderança saibam projetar o futuro, partilhand­o os objetivos que as comunidade­s que gerem ambicionam.

Serão anos que podem contribuir para o reforço da democracia, o instrument­o maior de que dispomos para unir comunidade­s e lideranças e para conseguirm­os o que queremos.

Tudo o que temos é esta força. E não é pouco!

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