Tudo o que temos
A pandemia veio demonstrar o valor das comunidades e a importância das lideranças.
A família, a rua onde vivemos, a nossa cidade, a região em que nos integramos, o país e, até, o espaço internacional em que o mesmo se situa todos são formas de comunidades de que dependemos e nas quais temos um papel interveniente.
Acompanhámos a situação pandémica pelo Mundo fora e foi fácil perceber a diferença que a liderança das comunidades faz perante um problema desta dimensão. Assistimos, quase incrédulos, à forma como Trump ou Bolsonaro lideraram esta crise, provocando muitas mortes desnecessárias, pela sua forma arrogante e prepotente de liderança.
Na Europa, vimos o contrário... apesar das dificuldades, das incertezas e da gravidade da situação, sentimos que existia uma liderança colaborativa, que ouvia os cientistas, as empresas e as pessoas, criando um caminho de resposta à crise que foi muito além da questão de saúde pública.
Em Portugal, tivemos a capacidade de acompanhar as melhores práticas europeias e mundiais. É evidente que uma crise destas implica sempre erros ou imprevistos. Mas o que importa é que a liderança se saiba ligar à comunidade para que o trajeto possa ser sempre corrigido e para que a solução dos problemas seja construída de forma articulada, envolvendo-nos a todos.
Nos hospitais, nas autarquias, nos diferentes serviços públicos, a resposta à crise pandémica foi sempre dupla: apelar à responsabilidade de todos, envolvendo fortemente a comunidade, e assumir a liderança eficaz dos processos, garantindo que, em tempo útil, tudo se orientava para as melhores opções.
Escolher faz parte do nosso dia a dia. Todos tomamos decisões e
Os próximos anos requerem que os diferentes níveis de liderança saibam projetar o futuro, partilhando os objetivos que as comunidades que gerem ambicionam.
são estas decisões que fazem acontecer o presente e o futuro.
Nos próximos anos, sabemos que teremos dificuldades pela frente. A elas devemos ser capazes de reagir com espírito de comunidade, com capacidade de colaboração. Às lideranças será exigido que sejam capazes de mobilizar energias, de tomar boas decisões, de gerir bem os recursos e de corrigir a todo o momento os desvios que a crise provoque.
Mas, mais do que isso, os próximos anos requerem que os diferentes níveis de liderança saibam projetar o futuro, partilhando os objetivos que as comunidades que gerem ambicionam.
Serão anos que podem contribuir para o reforço da democracia, o instrumento maior de que dispomos para unir comunidades e lideranças e para conseguirmos o que queremos.
Tudo o que temos é esta força. E não é pouco!