ECDC ainda tenta apurar as causas da hepatite aguda
Centro Europeu de Controlo de Doenças publica amanhã avaliação rápida de risco
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) ainda não sabe o que está a provocar casos de hepatite aguda em crianças até aos 16 anos. Mas admite preocupação, garante que a situação está a ser investigada e anuncia que vai publicar amanhã uma avaliação rápida de risco. Em Portugal, ainda não há casos diagnosticados.
“São tudo especulações”, garantiu, ontem, a diretora do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), Andrea Ammon, numa conferência de Imprensa para assinalar a Semana Europeia de Imunização, mas em que os temas centrais acabaram por ser a evolução da pandemia de covid-19 e os 169 casos de hepatite aguda detetados a nível mundial, havendo um morto confirmado.
A autoridade de saúde britânica aponta a possibilidade da doença ser provocada pelo adenovírus. Andrea Ammon admitiu várias possibilidades para esses casos de hepatite aguda, que começaram a ser detetados, há um mês, no Reino Unido: o aumento da suscetibilidade após um nível mais baixo de circulação de adenovírus na pandemia, o surgimento de um novo adenovírus, bem como SARS-CoV-2 coinfecção. “O aumento da suscetibilidade entre crianças pequenas a adenovírus pode ser um fator. Mas é tudo especulação. Ainda está a ser investigado. Por isso, não se pode confirmar nada nem desmentir”, afirmou.
“IMPACTO MUITO ELEVADO”
Andrea Ammon garantiu que os casos estão a ser investigados e que o ECDC “vai continuar a monitorizar a situação”, até porque, apesar de serem poucos diagnósticos, são todos de “grande gravidade”.
“O impacto é muito elevado dada a gravidade da doença”, vincou. Pelo menos, 17 crianças necessitaram de transplante de fígado. No Reino Unido, onde foram identificados mais de 100 casos, oito crianças receberam um transplante de fígado e, em Espanha, foi transplantado um bebé com 22 meses. O ECDC já enviou um protocolo de vigilância para todos os países da União Europeia e conta publicar, amanhã, uma avaliação rápida de risco da hepatite aguda que, na prática é um sumário com a informação já conhecida em torno dos casos de hepatite aguda.
Os primeiros sintomas são a tonalidade amarela da pele do rosto e dos olhos, seguida de vómitos e de queixas idênticas às das gastroenterites.