MP pede prisão para militar que ameaçou três magistrados
Juíza de Vila Verde atacada também quer o guarda preso, enquanto procuradores se contentam com pena suspensa
O Ministério Público (MP) quer prisão efetiva para o militar da GNR acusado por perseguição, injúria e difamação de uma juíza e dois procuradores de Vila Verde.
O pedido, feito sexta-feira, no Tribunal de Braga, foi corroborado pela advogado de uma das vítimas, a juíza Alda Sá Faustino. Mas, para os procuradores injuriados, Ana Isabel Peixoto e Nuno Filipe Ferreira, uma pena suspensa será suficiente. O advogado de ambos pediu até uma pena que não obrigue o arguido a sair da GNR. “Ninguém ganharia com a demissão”, concluiu.
Na origem do processo estão vários escritos do arguido Carlos Pereira Lima na Internet. Lima criticou as decisões e a postura profissional dos magistrados num processo em que ele tinha sido condenado. Também lhes pediu “satisfações” quando saíam do carro, junto ao Palácio da Justiça, em Vila Verde, e no restaurante onde costumavam almoçar.
PEDIU OUTRA VEZ DESCULPA
Carlos Lima, de 38 anos, que esteve preso preventivamente e agora está em prisão domiciliária, reiterou pedidos de desculpas aos magistrados. “Nunca tive a intenção de fazer mal à senhora juíza ou aos dois senhores procuradores da República”, afirmou, com uma promessa: “Jamais os incomodarei, direta ou indiretamente”.
O arguido manifestou ainda o propósito de fazer um depósito de dez mil euros, à ordem do tribunal, para garantir eventuais indemnizações aos ofendidos. Mas, como os três magistrados nunca pediram ressarcimento financeiro, o advogado de defesa, Amândio Alves, anunciou que essa quantia poderá ser encaminhada para instituições de solidariedade, caso o Tribunal assim o entenda e opte por uma pena suspensa.