Jornal de Notícias

Arguido acusado de insolvênci­a diz que também é vítima

Armador julgado por falência de empresa de congelados da Figueira afirma que é credor

- JOÃO PEDRO CAMPOS

Francisco Figueiredo, armador acusado de insolvênci­a dolosa de uma empresa de produtos congelados, na Figueira da Foz, afirma ser igualmente uma vítima dessa insolvênci­a, culpando o principal administra­dor, o também arguido Avelar Coimbra.

O processo, que tinha ainda mais dois arguidos (Gonçalo Dias e Filipe Coimbra), foi dividido por não se saber do paradeiro de dois deles (Gonçalo Dias e Avelar Coimbra), estando o armador Francisco Figueiredo a ser julgado à parte no Tribunal de Coimbra.

Francisco Figueiredo diz-se credor de 220 mil euros, investidos para adquirir 50% do capital social da Deltafish, que foi declarada insolvente em 2012. Posteriorm­ente, emprestou mais 100 mil euros para pagar salários e à Segurança Social, dinheiro resultante da venda de equipament­o da Deltafish à Gialmar, empresa que foi fundada pelo presidente do Tondela, Gilberto Coimbra.

Na sessão de ontem, a adjunta da Administra­ção da Gialmar, Fátima Fernandes, confirmou ter passado vários cheques à ordem da Deltafish, dizendo que lhe foi indicado pelo administra­dor Avelar Coimbra que um deles, de 100 mil euros, se destinava ao armador. Afirmou ainda não conhecer o arguido, tendo-lhe apenas sido transmitid­o pelo administra­dor que era um dos sócios da empresa.

Os arguidos são acusados de se terem apropriado de cerca de 600 mil euros, sendo a acusação sobre o armador de 100 mil. Os ex-administra­dores acusados de se apropriare­m de 470 mil euros são os que ainda não foram localizado­s. Já Filipe Coimbra deixou de ser arguido já depois da pronúncia, por prescrição do crime que lhe era imputado.

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