Arguido acusado de insolvência diz que também é vítima
Armador julgado por falência de empresa de congelados da Figueira afirma que é credor
Francisco Figueiredo, armador acusado de insolvência dolosa de uma empresa de produtos congelados, na Figueira da Foz, afirma ser igualmente uma vítima dessa insolvência, culpando o principal administrador, o também arguido Avelar Coimbra.
O processo, que tinha ainda mais dois arguidos (Gonçalo Dias e Filipe Coimbra), foi dividido por não se saber do paradeiro de dois deles (Gonçalo Dias e Avelar Coimbra), estando o armador Francisco Figueiredo a ser julgado à parte no Tribunal de Coimbra.
Francisco Figueiredo diz-se credor de 220 mil euros, investidos para adquirir 50% do capital social da Deltafish, que foi declarada insolvente em 2012. Posteriormente, emprestou mais 100 mil euros para pagar salários e à Segurança Social, dinheiro resultante da venda de equipamento da Deltafish à Gialmar, empresa que foi fundada pelo presidente do Tondela, Gilberto Coimbra.
Na sessão de ontem, a adjunta da Administração da Gialmar, Fátima Fernandes, confirmou ter passado vários cheques à ordem da Deltafish, dizendo que lhe foi indicado pelo administrador Avelar Coimbra que um deles, de 100 mil euros, se destinava ao armador. Afirmou ainda não conhecer o arguido, tendo-lhe apenas sido transmitido pelo administrador que era um dos sócios da empresa.
Os arguidos são acusados de se terem apropriado de cerca de 600 mil euros, sendo a acusação sobre o armador de 100 mil. Os ex-administradores acusados de se apropriarem de 470 mil euros são os que ainda não foram localizados. Já Filipe Coimbra deixou de ser arguido já depois da pronúncia, por prescrição do crime que lhe era imputado.