“As alternativas ao IC19 são muito caras e mais distantes”
Via rápida continua a ser a única opção para muitos que viajam de Sintra para Lisboa diariamente
O IC19 continua a ser o pesadelo de dezenas de milhares de condutores que todos os dias têm de enfrentar o trânsito desta que é uma das vias mais congestionadas da capital e do país. Filipa Costa, que a percorre diariamente, demora uma hora de Rio de Mouro, em Sintra, ao Campo Grande, em Lisboa. “Há muito trânsito e se houver um acidente está tudo estragado. As alternativas são muito caras e mais distantes”, lamenta.
José Oliveira, que vem do Cacém para o centro, chega a estar “15 minutos parado no trânsito”. “Ando nas horas de ponta, são sempre complicadas”, observa.
Para Filipe Moura, professor e investigador na área da Mobilidade e Transportes do Instituto Superior Técnico, “continua a existir uma enorme dependência do IC19, pois é um corredor muito importante para a atividade económica, com escritórios e armazéns, entre Sintra e Lisboa”. Em 2005, começou a construir-se uma terceira via no IC19, mas não foi suficiente para diminuir o tráfego. “As câmaras municipais vão autorizando a urbanização ao longo dos nós de entrada do IC19. Havendo muito mais pessoas a morar ali, as filas passaram a ser nos acessos à via rápida”, refere.
O especialista diz que a linha de comboio de Sintra é uma boa alternativa a esta via rápida, “mas tem de se melhorar este serviço em termos de conforto e segurança”, e que deveria haver
“mais alternativas de transportes públicos que distribuíssem algum deste tráfego pela Segunda Circular e pela CRIL”. Para aliviar o congestionamento nas horas de ponta, propõe ainda “portagens de custos dinâmicos” (custos mais elevados quando a procura é maior), mas considera que “as portagens não são solução ao longo do eixo todo” e têm de ser acompanhadas de outras medidas.
ESTUDO DA SINISTRALIDADE
A Infraestruturas de Portugal acredita que as soluções “com verdadeiro impacto” nesta via, que liga Lisboa a Amadora e Sintra, passam pelo “incentivo ao uso do transporte público, destacando-se a ferrovia”. A empresa está a realizar dois estudos, um de análise e outro de evolução da sinistralidade no IC19, procurando detetar características ou riscos que possam estar associados e/ou na origem dos sinistros”. A ideia é depois propor soluções “com o intuito da melhoria das condições de circulação e segurança no IC19”.