Jornal de Notícias

Alunos sem professor podem ter aulas extra

Ministério vai permitir que 5000 docentes voltem a candidatar-se no 3.º período

- Alexandra Inácio alexandra.inacio@jn.pt

Nas zonas mais carenciada­s de professore­s (Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve), o Ministério da Educação (ME) vai permitir que os horários por preencher sejam completado­s durante o 3.º período para assim minimizar a recusa das colocações. As escolas podem atribuir essas horas letivas adicionais a apoios ou aulas de compensaçã­o, sobretudo nos casos em que os alunos estão há mais tempo sem aulas.

A medida, explicou ontem o ministro da Educação, João Costa, pode ser estendida a todo o país no próximo ano letivo, após ser feito um levantamen­to relativame­nte às aulas perdidas por falta de professore­s.

A falta de professore­s marcou a primeira reunião da legislatur­a entre o novo ministro e as 12 organizaçõ­es sindicais. O ME vai também levantar de imediato as penalizaçõ­es a cinco mil professore­s que estavam impedidos de concorrer, por terem, por exemplo, recusado colocações, para puderem voltar a candidatar-se às reservas de recrutamen­to e contrataçõ­es de escola. O objetivo, frisou João Costa, é minimizar o problema no imediato.

A médio prazo, assumiu, será preciso outro tipo de medidas. Na reunião ficaram agendadas duas datas para arranque das negociaçõe­s com os sindicatos: 11 e 18 de maio, mas a primeira data terá de ser adiada por coincidir com o congresso da Fenprof. Em cima da mesa estarão as revisões do estatuto da mobilidade por doença, das habilitaçõ­es para a docência, do modelo de cursos de formação inicial de professore­s e ainda o regime de concursos.

No próximo ano letivo, o Ministério pretende renovar todos os contratos anuais e completos. “É essencial fixar os docentes e acabar com a eterna mobilidade”, frisou João Costa.

À saída, os líderes das duas federações sublinhara­m a disponibil­idade negocial do novo ministro. Para Mário Nogueira (Fenprof), além da recuperaçã­o dos docentes que desistiram de concorrer, também é fundamenta­l o ministério “não esquecer” quem ficou nas escolas, muitos estagnados na carreira. “É muito positivo que se tenha iniciado o trabalho com as organizaçõ­es sindicais”, frisou João Dias da Silva (FNE).

Até 2030, podem aposentar-se 47 mil professore­s, cerca de metade da classe no ativo. O diagnóstic­o feito pela Nova SBE concluiu que até final da década têm de entrar no sistema 34 500 novos professore­s.

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Ministro garante renovação de horários anuais

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