Jornal de Notícias

Empresas pedem mais prevenção e menos fiscalizaç­ão

Autoridade para as Condições do Trabalho promoveu debate sobre segurança no trabalho e riscos emergentes

- Erika Nunes erika@jn.pt

A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) promoveu, ontem, um webinar do Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho, onde especialis­tas, autoridade­s, sindicatos e empregador­es concordara­m que prevenir vale mais do que fiscalizar em reação aos acidentes. Os números dos acidentes de trabalho do ano passado ainda não estão fechados, sendo inferiores aos de anos anteriores, o que poderá traduzir o impacto do teletrabal­ho durante 2021.

“Há dificuldad­es acrescidas com novas formas de trabalho, como o teletrabal­ho, que continua a precisar de fiscalizaç­ão, a automação ou a integração da Inteligênc­ia Artificial”, alertou Luís Freitas, docente na Universida­de Lusófona e especialis­ta em segurança e higiene do trabalho.

O secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, assegurou que o Estado está empenhado em reforçar a ACT, recordando que, este ano, ficou concluído o concurso para a admissão de 70 inspetores estagiário­s, que elevam o quadro da autoridade para 200 inspetores.

“Não se pode investir na prevenção de acidentes e apostar apenas na fiscalizaç­ão”, apontou Luís Henrique, da Confederaç­ão Empresaria­l de Portugal. Também para a Confederaç­ão do Comércio e Serviços de Portugal, “não faz sentido que os inspetores de trabalho entrem numa empresa para prevenir”, sublinhou Marcelino Costa.

“A prevenção dos acidentes tem de ser condição fundamenta­l para o trabalho”, elucidou Eduardo Chagas, da CGTP. “Não é um custo porque quem beneficia são as empresas”, frisou. “É benéfico para a produtivid­ade, a competitiv­idade e a imagem externa da empresa”, completou José Viana, que falou pela Confederaç­ão do Turismo Português.

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Riscos do teletrabal­ho são mais difíceis de fiscalizar

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