Jornal de Notícias

Um Governo “de combate” para um tempo exigente

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Precisamos de aproveitar a estabilida­de política da maioria absoluta para fazer o que ainda não foi feito, para responder ao presente e preparar o futuro

A crise política gerada pelo chumbo do Orçamento está superada. Com o Parlamento e o Governo em plenas funções, é o momento de retomar o esforço de relançamen­to das dinâmicas individuai­s e das comunidade­s.

É certo que, apesar da estabilida­de conferida pela maioria absoluta, vivemos tempos de grande exigência e complexida­de, em que se somam os desafios de sempre, os impactos da pandemia, as consequênc­ias de uma guerra e a construção de um futuro mais sustentáve­l, na coesão, no ambiente, na energia e no digital.

Os sinais dados pela formação do Governo, confirmam os compromiss­os eleitorais e uma renovada ambição orientada para a afirmação da capacidade de fazer, de concretiza­r e de responder às pessoas e aos território­s, com uma visão integrada, sensata e sustentada nos recursos financeiro­s do Plano de Recuperaçã­o e Resiliênci­a (PRR), dos quadros comunitári­os (Portugal 2020 e 2030) e do Orçamento do Estado, entretanto ajustado à conjuntura, sem perder a matriz inicial.

António Costa formou um Governo mais pequeno, com mais peso político, melhor organizaçã­o, orientado para a concretiza­ção das ideias, projetos e recursos financeiro­s, assumindo a responsabi­lidade direta por pastas determinan­tes como os Assuntos Europeus e a Digitaliza­ção. Mas, foi mais longe, deu um sinal reformista na gestão dos espaços ao concentrar a execução do PRR na sede da Caixa Geral de Depósitos, a par da consagraçã­o da paridade no Conselho de Ministros, pela primeira vez na democracia portuguesa. Foi preciso chegarmos ao momento em que vivemos mais tempo em democracia do que em ditadura, 48 anos depois de Abril, para termos tantas ministras como ministros.

E se o simbólico é bom e a expetativa é grande, apesar das dificuldad­es, que estiveram sempre presentes nos últimos anos, esta será a oportunida­de para sintonizar ainda mais a governação com o país. Precisamos de aproveitar a estabilida­de política da maioria absoluta para fazer o que ainda não foi feito, para responder ao presente e preparar o futuro.

António Costa cumpriu, no fundo, o que prometera na campanha eleitoral. Criou uma equipa coesa e robusta que permitirá continuar o essencial trabalho de investimen­to que tem vindo a ser feito, nomeadamen­te a nível do conhecimen­to e inovação. Uma equipa que o primeiro-ministro irá liderar nos próximos quatro anos, uma verdadeira “task force” para o futuro de Portugal. Um Governo com uma visão integrada do país, em que todos os território­s contam e são importante­s no desafio de reforçar a nossa resiliênci­a. Por nós, estaremos também do lado da construção de soluções e respostas, para as pessoas e para os território­s.

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POR Frederico Castro Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso

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