Autarcas reclamam intervenção de fundo
Falta de médicos para assegurar escalas é vista como problema crónico e alarmante
“Este tipo de situações não se passa, infelizmente, só em Braga, mas por todo o país” Ricardo Rio Presidente da Câmara Municipal de Braga
REAÇÕES Os presidentes das câmaras municipais dos concelhos onde têm ocorrido falhas nas escalas de urgência estão seriamente preocupados com a situação e reclamam intervenções de fundo para resolver um problema crónico.
BRAGA Ministra disse esperar solução
O presidente da Câmara Municipal de Braga disse ter indicação de que a Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do hospital da cidade pode voltar a encerrar temporariamente, entre quarta-feira e sexta-feira. “Confirmaram-me isso, embora também tenha recebido a indicação da senhora ministra, que me ligou logo no sábado, a dizer que iria ter algumas reuniões no início da semana e que esperava poder chegar a um entendimento que pudesse acorrer, pelo menos no imediato, a este tipo de situações”, diz Ricardo Rio.
CALDAS DA RAINHA Um problema que vem de longa data
O presidente da Câmara de Caldas da Rainha, Vítor Marques, está “muito preocupado” e “alarmado” com o estado dos cuidados de saúde no concelho, nomeadamente com a falta de médicos para assegurar as escalas da Urgência do hospital local. Este é, segundo o autarca, um problema que se “arrasta há longa data”, que ganhou visibilidade com o caso ocorrido na semana passada, em que grávida perdeu o bebé por alegada falta de especialistas naquela unidade. “Isto é uma bola de neve. Se os centros de saúde não funcionam, sobra para as urgências, que não têm capacidade de resposta”, afirma Vítor Marques, que aguarda “há dois meses” a marcação de uma audiência com a secretária de Estado da Saúde.
SETÚBAL “Parente pobre” do Orçamento
André Martins, presidente
“Fica claro que o Serviço Nacional de Saúde continua a ser parente pobre do Orçamento do Estado” André Martins Presidente da Câmara Municipal de Setúbal
da Câmara de Setúbal, lamentou o encerramento do serviço de Urgência Obstétrica no hospital local e criticou o Governo pela falta de investimento na saúde. Fica claro que o Serviço Nacional de Saúde continua a ser um parente pobre do Orçamento do Estado, com efeitos negativos na prestação de cuidados de saúde às populações”, afirmou.
GUARDA Falhas recorrentes não se admitem
Longe de ser nova, a precariedade das escalas médicas no serviço de urgência do Hospital da Guarda preocupa o presidente da Câmara Sérgio Costa. “Confio no trabalho do conselho de administração, mas não posso deixar de ficar apreensivo com estas falhas, porque não podemos permitir que os cuidados de saúde aos cidadãos fiquem em causa”, sublinha. “Falhas só se admitem se forem pontuais e não recorrentes”, disse o autarca, depois de saber que, na ausência de ortopedistas no hospital, todos os utentes foram encaminhados para o Hospital de Viseu.
“Se os centros de saúde não funcionam, sobra para as urgências, que não têm capacidade de resposta” Vítor Marques Presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha