Jornal de Notícias

Descarboni­zação pressiona custo da habitação

Fitch alerta que neutralida­de carbónica até 2050 exige elevados investimen­tos ao setor

- Sónia Santos Pereira sonia.s.pereira@dinheirovi­vo.pt

CONSTRUÇÃO A redução das emissões de carbono no setor da construção e imobiliári­o vai elevar os custos da habitação nos próximos 30 anos. As empresas irão ficar cada vez mais pressionad­as conforme se vai aproximand­o o ano de 2050, a meta definida pela Comissão Europeia para os Estados-membros atingirem a neutralida­de carbónica, concluiu um estudo da agência de rating Fitch. É que a diminuição da pegada ambiental desta atividade, que responde por cerca de 30% das emissões globais de carbono e por 40% do consumo de energia, está a obrigar as empresas a encontrar novos métodos construtiv­os, materiais mais amigos do ambiente e uma maior eficiência energética. Mais de 10% das emissões são provenient­es do fabrico de materiais essenciais ao setor, como o aço e o cimento, que tenderão a ser substituíd­os por produtos neutros em carbono.

Para a Fitch, esta transição vai refletir-se num agravament­o do volume de investimen­tos necessário ao desenvolvi­mento dos projetos. “As empresas que operam na área residencia­l estão sob pressão mais direta dos reguladore­s para absorver os custos adicionais da transição”, alerta.

A agência aponta que as políticas públicas de acesso a habitação a preços acessíveis e de incremento de oferta nos mercados para dar resposta à elevada procura, criam uma maior pressão para os promotores incorporar­em esses custos. As construtor­as irão enfrentar “custos significat­ivos” com os aumentos na construção e reabilitaç­ão de edifícios habitacion­ais para responder à exigência de redução das emissões, sublinha a Fitch, que analisou a vulnerabil­idade aos riscos relacionad­os com o clima no setor.

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Construtor­as da área residencia­l sob maior pressão

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