Francês julgado por soco mortal na noite do Porto
Tribunal de S. João Novo marcou julgamento para início de setembro. Arguido em preventiva e outro em liberdade
DECISÃO Anas Katayas, um estudante francês que residia no Porto, começa no início de setembro a ser julgado no Tribunal de S. João Novo pela morte de outro estudante, Paulo Correia, de 23 anos. Agrediu-o com um único soco fatal, em outubro do ano passado, durante uma zaragata junto a uma discoteca na Rua de Passos Manuel, no Porto. Ao lado de Katayas, que está em prisão preventiva, irá sentar-se no banco dos réus outro francês atualmente em liberdade, acusado pelo Ministério Público (MP) de um crime de ofensas à integridade física qualificada.
Segundo o MP, na madrugada do dia 10 de outubro do ano passado, junto à discoteca Boîte, “gerou-se uma troca de palavras entre um grupo de cidadãos portugueses, onde se encontravam os três ofendidos, e três mulheres de nacionalidade francesa”.
Confirmando relatos feitos na altura ao JN por amigos de Paulo Correia, estudante de Engenharia Mecânica,
as três mulheres afastaram-se do local e foram ao encontro de dois amigos, “os quais, sabendo do desentendimento, vieram na direção do grupo, com o único propósito de agredir os seus elementos”.
Katayas agrediu primeiro um amigo de Paulo Correia e, em seguida, desferiu-lhe
VÍTIMA
O estudante universitário estava no segundo ano de mestrado em Engenharia Mecânica do Instituto Superior de Engenharia do Porto. Vivia na zona de Ramalde e jogou basquetebol no Guifões Sport Clube, de Matosinhos, onde era apreciado de todos. “com grande violência um murro na zona da cabeça” que fez com que a vítima “revirasse os olhos, cambaleasse até uma viatura ali estacionada e embatesse na mesma, caindo ao chão, ali ficando prostrada”, refere o MP.
Paulo Correia foi transportado para o Hospital de Santo António, mas morreu “devido às lesões sofridas”. Após os desacatos, os agressores fugiram em dois carros. No entanto, a confusão na Rua de Passos Manuel obrigou-os a passar lentamente em frente à Boîte, o que permitiu a algumas testemunhas fotografar os carros e transmitir as matrículas à PSP. Os agressores foram detidos na mesma noite e chegaram a publicar um vídeo nas redes sociais, quando já estavam algemados, num carro da PSP. “Estamos num filme de cowboys”, dizia um deles, enquanto mostrava as abraçadeiras com que a PSP os manietou.
O MP quer que, cumpridas as eventuais penas, os dois arguidos deixem o território nacional.