Dois amigos resgatam três jovens no rio Cávado
Incidentes aconteceram domingo na praia fluvial de Barcelinhos, em zona sem vigilância e com muita afluência
SALVAMENTO Dois amigos impediram, anteontem, que duas crianças e um jovem se afogassem no rio Cávado, junto à praia fluvial de Barcelinhos, freguesia de Barcelos. Numa zona sem vigilância e com muita afluência, têm sido frequentes os casos de resgates efetuados por populares.
Como habitualmente em dias de calor, Joca Salgado, de 39 anos, estava junto ao rio Cávado a apanhar um pouco de sol, enquanto punha a conversa em dia com um amigo, que não quis ser identificado. Quando se preparava para dar o primeiro mergulho da tarde, apercebeu-se que algo de errado se passava junto ao açude de Santo António de Vessadas, em Barcelinhos. “Vi duas miúdas e uma delas estava mesmo aflita”, conta. De imediato, saltou para dentro de água para segurar a criança, de origem chinesa e com cerca de 10 anos. “Eu agarrei na que estava mais aflita e, entretanto, o meu amigo veio ajudar a outra”, acrescenta.
Apesar do sucesso do salvamento, só mais tarde é que Joca Salgado refletiu sobre o que havia feito. “Esta noite nem dormi a pensar na situação. Na altura nem hesitei em lançar-me à água, mas depois vi-me com algumas dificuldades para tirar a rapariga”, revela.
A praia fluvial de Barcelinhos não dispõe de boias de salvamento e, por isso, teve de tirar a criança “a braço”. “O problema é que tinha apanhado a vacina da covid-19 e tinha o braço dorido. Coloquei a minha vida em perigo, mas na altura nem pensei nisso”, sublinha.
CALMO, MAS PERIGOSO
Nem uma hora depois, Joca Salgado estava novamente dentro de água para tirar mais um jovem em dificuldades. “Era um rapaz brasileiro, que devia ter uns 15 anos, também estava aflito e eu fui lá buscá-lo. Segurei-o e depois vieram outras pessoas ajudar a tirá-lo do rio”, explica.
Numa zona onde “é frequente” acontecer estes salvamentos, Joca lembra que “o rio não é vigiado”. “Tem aparência de ser calmo, mas há zonas muito perigosas”, alerta. Para já, tem sido o altruísmo destes homens a evitar tragédias. “Nós, como já conhecemos, quando vemos crianças a ir para aquela zona, ficamos mais atentos”, conclui.