Jornal de Notícias

“Não estava nada à espera do sucesso de ‘Pode tentar’”

Maninho Cantor e guitarrist­a lança-se em digressão

- POR Patrícia Naves cultura@jn.pt

É guitarrist­a, compositor, cantor. Define-se como músico. Maninho, ou Phelipe Ferreira, nasceu no Brasil e mudou-se para o nosso país em criança. Vive atualmente o sonho: toca guitarra com artistas como Mariza, D.A.M.A ou Bárbara Bandeira e esteve envolvido na composição de “Onde vais”, Canção do Ano nos Prémios Play. Em 2020 começou a cantar e há um ano lançou o primeiro single, “Pode tentar”, dupla platina com mais de cinco milhões de streams. Seguiu-se “Vem pra cá” e espera-se agora um verão agitado, com quase 30 concertos na primeira tour a solo. O JN falou com o artista sobre esta nova fase.

Quem é o Maninho?

Sou guitarrist­a de vários artistas. Comecei pelos Like Us, que era uma boysband que existiu em 2015/16. Nasci no Brasil e vim para Portugal em 2001. O meu pai veio primeiro, sem previsão do que iria acontecer, e foi viver para Lisboa, mas apaixonou-se de tal maneira pela Figueira da Foz que se mudou para lá e nos trouxe, tinha eu nove anos.

Como é que se tornou guitarrist­a de artistas como Mariza, D.A.M.A e Bárbara Bandeira?

Com os D.A.M.A foi engraçado. Conheci o guitarrist­a que tocava com eles na altura, que me disse que ia sair. Já tinha conhecimen­tos no meio, fiz contactos para obter um casting e consegui o lugar. Em relação à Mariza, quando vim para Lisboa em 2016, disseram-me que o Gil do Carmo precisava de um guitarrist­a e fui recomendad­o. Foi quando conheci o Yami, que trabalhava com a Mariza e com o Gil. No concerto de lançamento de um disco do Gil, a Mariza estava na fila da frente. Fiquei cheio de medo, confesso, mas no final ela veio conhecer-nos ao camarim e dar-nos os parabéns. Passado uns tempos, recebi um telefonema do Yami a dizer que ela me tinha convidado para guitarrist­a.

Sempre compôs?

A composição sempre esteve na minha vida. Quando entrei para os D.A.M.A, foram eles que me desafiaram e começámos a construir o terceiro álbum deles, “Lado a lado”. Sempre fui muito fã da Disney. Dizem-me que tenho um lado muito Disney a escrever.

Como surgiu “Onde vais”, com Carminho e Bárbara Bandeira?

Foi há dois anos e meio. Juntei-me com a Bárbara no estúdio, ela já tinha começado uns acordes e tinha o refrão, fomos desenvolve­ndo o verso, as melodias. A Carminho juntou-se depois.

Porque se decidiu lançar a solo?

Nunca foi uma ambição para mim. Queria ser músico de artistas e felizmente consegui chegar onde queria em pouco tempo. O ser cantor foi mais um desafio dos meus amigos, a dizerem-me que tinha boas músicas, que não fazia mal em tentar a sorte.

Estava à espera deste sucesso de “Pode tentar”?

De todo. Sabia que a música era boa onda, boa energia, mas daí a ter este boom e chegar à dupla platina em tão pouco tempo, não estava mesmo nada à espera.

É guitarrist­a de Mariza, está na estrada com ela mas também tem uma agenda cheia de concertos. Como dá para gerir?

E com a Bárbara Bandeira também ainda toco. Consegue-se com jeito. Pedi ao meu agente para ajudar nessa gestão.

Dos seus espetáculo­s, o que podemos esperar?

“Sempre fui muito fã da Disney. Dizem-me que tenho um lado muito Disney a escrever”

Muito boa energia, festa. É sempre por aí. A boa onda é essencial.

E se chegar a um ponto em que tem de escolher entre a guitarra e a carreira a solo?

“Optar entre a guitarra e a carreira a solo seria quase como escolher entre dois filhos”

Não pensei muito nisso. Seria quase como escolher entre dois filhos. Estou a dar um passo de cada vez, a fazer as coisas com calma. É assim que deve ser.

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