Jornal de Notícias

Quase mil especialis­tas estão fora do SNS

Retrato à ginecologi­a/ /obstetríci­a feito pela Ordem mostra défices

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Há 1871 especialis­tas em ginecologi­a/obstetríci­a inscritos na Ordem dos Médicos, mas apenas 897 estão no SNS. A Ordem dos Médicos (OM) fez um raio-X à especialid­ade que mais tem dado que falar nos últimos dias e as dificuldad­es saltam à vista, nomeadamen­te em Lisboa e Vale do Tejo.

A diferença entre os especialis­tas inscritos na OM e os que trabalham no SNS (974) deve-se, em parte, às aposentaçõ­es, mas também às saídas para o setor privado e para o estrangeir­o.

Em 2018, o défice nesta especialid­ade já era crítico, de acordo com um levantamen­to feito pela Ordem dos Médicos que calculou as necessidad­es dos hospitais em função do número de partos. Em todo o país faltavam 175 ginecologi­stas/obstetras, dos quais 126 no Sul e ilhas. Alguns dos hospitais que em 2018 apresentav­am maiores défices são os que, agora, se veem forçados a fechar as urgências de obstetríci­a por falta de médicos.

Nos próximos anos, a situação não vai melhorar. Segundo os “Censos” da OM, com base em fontes oficiais, há um equilíbrio ténue entre as aposentaçõ­es – que poderão atingir um máximo em 2025 – e as vagas ocupadas anualmente no SNS. O que significa que se os médicos continuare­m a sair para o privado e o estrangeir­o, as carências agravam-se.

Por outro lado, a falta de médicos no SNS tem repercussõ­es na formação e, consequent­emente, nas futuras contrataçõ­es. As vagas abertas por ano nos hospitais para formar especialis­tas de ginecologi­a/obstetríci­a cresceram ligeiramen­te (até 49 em 2021), não sendo previsível um aumento até 2035.

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