Dois milhões de euros para proteger a costa do avanço do mar
Árvore, em Vila do Conde, e Aguçadoura, na Póvoa de Varzim, abrangidas pelo investimento da APA
AMBIENTE A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) lançou ontem três obras de proteção do litoral em Árvore (Vila do Conde), Aguçadoura (Póvoa de Varzim) e Ofir (Esposende), num total de dois milhões. “Planear, proteger e, quando necessário, recuar” são as palavras de ordem na luta contra a erosão costeira, segundo disse o vice-presidente da APA, Pimenta Machado.
“A nossa vontade era que tivesse arrancado mais cedo. A obra é cofinanciada [POSEUR]. Estamos obrigados a fazer um conjunto de procedimentos e projetos, assim como lançar concursos. Ainda há os incidentes do concurso. Tudo isso demora tempo”, referiu o responsável, na visita à praia de Árvore, onde há dois anos se aguarda pela recuperação do muro que caiu e arrastou parte da marginal.
MURO CAIU QUATRO VEZES
A novela do muro da praia de Árvore começou em 2018. Em dois anos, os remendos de pouco resultaram. Caiu quatro vezes. Agora chegam as obras de fundo, no valor de 1,8 milhões de euros, com
PLANO Acesso à praia
Em Aguçadoura, na Póvoa de Varzim, o mar descalçou o muro e deixou suspensas as escadas de acesso à praia. A APA vai investir ali 75 mil euros. O presidente da Câmara, Aires Pereira, recordou, entretanto, que, na Estela, a duna, continua à espera de obras.
Esposende
Para reparar um tubo que rompeu por ação do mar e recarregar a praia de Ofir, em Esposende, a APA investe 133 mil euros.
um prazo previsto de 330 dias. “É uma técnica que nos vai dar maior resistência estrutural à ação do mar. É um muro que vai ser fundado na ‘rocha mãe’ e vai ter uma proteção de enrocamento – 160 metros - na parte virada ao mar”, adiantou Pimenta Machado, lembrando que, no inverno, aquela é uma zona fortemente fustigada pelo mar.
O presidente da Câmara de Vila do Conde, Vítor Costa, saudou a chegada da “tão ansiada obra” e lembrou que a orla costeira de Vila do Conde, que vive muito do mar, não só pelas praias e pelo turismo, mas por ter “a maior comunidade piscatória do país”, precisa de “um olhar sério” e não apenas de “intervenções pontuais”.