Ambiente e Agricultura analisam seca para decidir mais medidas
Em cima da mesa, poderá estar o recurso a camiões-cisterna e mais restrições à rega
REUNIÃO Realiza-se, na próxima terça-feira, nova reunião interministerial da Comissão Permanente da Seca para fazer ponto de situação do ano hidrológico e decidir novas medidas de mitigação. Em cima da mesa, poderá estar o recurso a camiões-cisterna para abastecimento de zonas menos populosas e mais restrições à rega.
No encontro, os ministros do Ambiente e da Agricultura analisarão os dados de seca meteorológica e hidrológica que os peritos apresentarão. A comissão, refira-se, é composta por 21 entidades, desde a Agência Portuguesa do Ambiente, passando pela Direção-Geral da Saúde e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.
Em fevereiro deste ano, recorde-se, aqueles ministérios decidiram suspender a produção de eletricidade nas barragens de Alto Lindoso/Touvedo, Alto Rabagão, Vilar/Tabuaço, Cabril e Castelo de Bode, a que se juntaria, em março, o Ermal. Medida ainda em vigor e que deverá manter-se face ao agudizar da situação, com a seca a alastrar a todo o território e várias barragens em mínimos.
Em maio, o mais quente desde que há registos, 97,1% do território estavam em seca severa e 1,4% em extrema. Nas albufeiras, a 14 de junho, 13 de 59 tinham disponibilidades inferiores a 40% do volume total. Com o Alto Lindoso (bacia do rio Lima) e Vilar/Tabuaço (Douro) a 15%.
No Algarve, ao contrário dos últimos anos, o Barlavento apresenta, agora, a situação mais crítica em seca hidrológica extrema, com a albufeira de Bravura a 14% da sua capacidade. Sendo que, em fevereiro, o Governo havia já interdito a utilização de água para rega na albufeira de Bravura. Restrição que poderá ser replicada, na terça-feira, em linha com o que foi feito em secas anteriores. Em situações mais localizadas, o abastecimento às populações por camiões-cisterna poderá ser a solução. Em março, Faro, Bragança e Viseu eram os distritos com mais abastecimentos por autotanque.