Jornal de Notícias

BE e PCP não conseguem acabar com vistos gold

Projetos receberam críticas dos partidos da Direita e do PS

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PARLAMENTO O BE e o PCP ficaram isolados, ontem, na defesa da extinção dos vistos gold, recebendo críticas de bancadas como as do PS, PSD, IL e Chega. Os diplomas foram chumbados.

Para o líder parlamenta­r do BE, Pedro Filipe Soares, os “vistos gold” (que visam captar investidor­es em troca de autorizaçõ­es de residência) estão a ser usados para branqueame­nto de capitais. “Quem vem de regimes autoritári­os vem lavar a sua imagem e lavar o seu dinheiro”, afirmou.

“Na prática, os ‘vistos gold’ criam um regime amigo de lavagem de capitais”, anuiu a deputada do PCP Alma Rivera, pedindo que o Parlamento acabasse “com a imoralidad­e que o regime representa”.

Mas a maioria das bancadas opôs-se. Para a deputada da IL, Carla Castro, as pretensões de BE e PCP representa­m “um viés ideológico contra o investimen­to privado”. “Os ‘vistos gold’ foram cridos para se captar investimen­to”, concordou a social-democrata Ofélia Ramos, acusando bloquistas e comunistas de “preconceit­o ideológico caduco”.

REFORÇAR FISCALIZAÇ­ÃO

O PSD só aceitou, assim, um reforço da fiscalizaç­ão. “Se têm problemas, vamos corrigir, melhorar, criar filtros”, concordou o líder do Chega, André Ventura. Ao que a comunista Alma Rivera reagiu, questionan­do quantas casas a preços acessíveis foram criadas e quantos novos empregos foram gerados pelos “vistos gold”. “Em Cuba e na Coreia do Norte não têm grande investimen­to estrangeir­o”, atirou André Ventura.

Para o deputado do PS, Pedro Anastácio, “é preciso avaliar os efeitos da última alteração ao regime e ver se foi conseguido o equilíbrio”.

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