O padre que faz “milagres” sociais na freguesia de Ribas
Albano Costa mudou aquela terra de Celorico de Basto. Em 50 anos criou um lar, creche com ATL e apoio domiciliário
HOMENAGEM Estão a cumprir-se 50 anos desde que o padre Albano Costa chegou à freguesia de Ribas, concelho de Celorico de Basto. Quando em 1972 chegou a esta freguesia serrana deparou-se com muitas carências do ponto de vista social e não descansou enquanto não colocou mãos à obra.
Dez anos depois, em 1982, já estava de pé o Centro Social e Paroquial do Divino Salvador, que não mais parou de crescer e de dar resposta às necessidades da paróquia e de toda a região. Agora, meio século depois de ter chegado, o padre Albano está a ser alvo de várias homenagens em Ribas, como a de hoje, dia em que faz 50 anos que chegou à paróquia. “Deixo uma marca de serviço de amor e serviço aos paroquianos fazendo tudo para a sua felicidade e para a minha realização”, disse ontem ao JN.
Aos 76 anos, e ainda no ativo, olha para trás e revela o segredo do sucesso. “Fomos avançando em comunhão com a comunidade e as coisas foram-se desenvolvendo, concentrados no essencial. Fomos construindo esta obra à medida das necessidades da paróquia e da região. Não havia lares nem creches”, recorda. Hoje, os edifícios desta obra social na pequena freguesia de Ribas albergam 70 idosos no lar residencial, 20 no centro de dia, 40 crianças na creche, 40 no ATL, além da assistência a mais 30 idosos no apoio domiciliário. “Começámos com 12 funcionários e agora temos 80. Fomos crescendo de forma sustentada”, frisou.
TRAZEM LEGUMES, FRUTA...
Numa comunidade tão pequena como a de Ribas, a união e o espírito de solidariedade têm sido fundamentais para a longevidade desta obra social. “As pessoas da paróquia ajudam a sustentabilidade do lar com a oferta de vinho, legumes, batatas, frutas e outros produtos. Do que lhes sobra trazem para esta casa comum e isso ajuda-nos imenso. Servimos mais de 200 almoços por dia e não é fácil ir aguentando”, destacou, assumindo que a pandemia mexeu “um pouco” com as contas mas a situação “está controlada”.
Convicto de que a “gente de Ribas é especial”, o padre sente-se com energia para prosseguir a sua missão. “Não me imagino sem fazer o trabalho que me compete por esta gente franca e honesta a quem sirvo”.