Jornal de Notícias

Feira Medieval de Viana do Castelo começou a ganhar ainda antes de abrir

Cidade invadida horas antes da inauguraçã­o do evento que decorre até amanhã com 200 mercadores e artífices

- Ana Peixoto POR Fernandes locais@jn.pt

Horas antes da abertura da Feira Medieval, que decorre este fim de semana em Viana do Castelo, já a cidade fervilhava de gente. Ontem, ainda alguns comerciant­es estavam a instalar as suas tendas e já as ruas e esplanadas estavam cheias. A julgar pelo testemunho de alguns, os perto de 200 artesãos e mercadores esperam uma enchente.

“É muito bom regressar a estes eventos. O que interessa é que haja festa, porque já estávamos fartos de estar presos”, comentou de cima das suas andas Daniel Morais, de 37 anos, que veio de Famalicão para animar a feira trajado de jogral. A (sua) animação começou antes da abertura oficial prevista para o início da noite. “Nota-se que as pessoas estão eufóricas, querem que tudo volte ao normal e este evento é um motivo mais que agradável para voltarem a sair às ruas”, referiu o figurante.

DECORAÇÃO E CHEIROS

Com a montagem desta edição que começou às primeiras horas de sexta-feira, a cidade transformo­u-se. Principalm­ente a Praça da República

e ruas circundant­es, até ao jardim público, foram decoradas à época, com fardos de palha, barracas de madeira e muitos elementos visuais coloridos. E foram invadidas pelos cheiros, desde a comida com os típicos porco no espeto e pão com chouriço cozido em forno de lenha aos incensos e sabonetes. Pelos sons, com as gaitas tradiciona­is e música alusiva nos altifalant­es, e pelos grupos de animação e comerciant­es, também eles envergando trajes a recriar os das gentes medievais.

O misticismo está sempre presente. António Xavier lê as mãos por 10 euros. “Tenho pessoas que me visitam todos os anos. Nunca julguei que levassem isto [a quiromanci­a] tão a sério. Deixa-me satisfeito. Ajudo. Elas desabafam muito comigo”, contou.

Assuntos sérios à parte, em Viana reina a diversão. Luís Miguel, da empresa Lu Citanea, que produz e comerciali­za hidromel, já estava a meio da tarde em plena época medieval. Vende “bebida dos vikings”, em duas versões: cerveja de mel e hidromel. Está abastecido para vender muito, em copo, caneca ou num chifre (como os dos vikings), que custa 25 euros.

BOM NEGÓCIO À VISTA

“É muito bom regressar. A Braga Romana foi o primeiro evento deste ano e foi um sucesso. Já estivemos em Torres Novas e Alhos Vedros, e também foram um sucesso. Sente-se muita adesão do público e muita fome disto”, disse, contando duplicar as vendas em relação a 2019. “Na Braga Romana, vendia 500 ou

600 litros, e este ano vendi 1000”, revela.

Uma bebida cor de laranja de nome “Aperol”, trazida de Itália por Paulo Vidinha, está a colorir a Feira Medieval, na esplanada da cafetaria “La Familia”. “É uma bebida fresca, de verão. É um vermute que leva espumante seco e soda. Funciona muito bem como aperitivo”, contou o empresário.

Para beber, convém comer e o galego José e a australian­a Sara comandam uma das barracas de pão com chouriço (e também com recheio de azeitona, nozes e passas, alho ou chocolate) da feira de Viana. Vieram de Vigo e trouxeram também a tradiciona­l empanada galega. Estavam animados. “Já estivemos em Torre de Moncorvo e regressamo­s muito bem depois da pandemia. As pessoas estão com muitas ganas de comer, beber, de sair para a festa e de apanhar ar”, disse José.

“É um regresso em pleno. Estamos com expectativ­as elevadas para esta 13.ª edição. Já se vê a esta altura do dia (meio da tarde de ontem) que há um afluxo muito significat­ivo de pessoas, muitas delas turistas”, notou Manuel Vitorino, presidente da VianaFesta­s e vice-presidente da Câmara de Viana.

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 ?? ?? Jogral Daniel Morais chegou cedo à festa, tal como centenas de pessoas que procuraram produtos como o pão com chouriço de José e Sara
Jogral Daniel Morais chegou cedo à festa, tal como centenas de pessoas que procuraram produtos como o pão com chouriço de José e Sara

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