Jornal de Notícias

Mogadouro quer 3% da nova central fotovoltai­ca

Município só dá pareceres favoráveis aos novos projetos de investimen­to se receber uma contrapart­ida sobre a produção de energia solar

- Glória Lopes locais@jn.pt

RECEITA O presidente da Câmara de Mogadouro, António Pimentel, reclama para o Município 3% de produção de energia solar das centrais fotovoltai­cas que vierem a ser instaladas no concelho, onde já existem duas (uma já a produzir e outra que será ligada à rede em breve). “Chegou informação à Câmara que está a perspetiva­r-se uma outra central, sete vezes maior do que de Mogadouro, que já produz energia. A nova abrangerá toda a área de planalto do concelho, entre Tó e Santiago”, explicou António Pimentel, sublinhand­o que tem conhecimen­to que ocupará “centenas de hectares de terrenos, já negociados para comprar ou arrendar”.

As centrais fotovoltai­cas de Mogadouro e de Mina de Tó, uma ao lado da outra, são propriedad­e do grupo suíço Smartenerg­y e Edisun Power, o mesmo que agora pretende avançar para a terceira, revelou o edil.

A central de Mogadouro, com mais de 125 mil painéis, já produz energia. A central da Mina de Tó, com

45 mil painéis, será ligada à rede em breve. O investimen­to nas duas foi de cerca de 40 milhões de euros.

COMO NAS EÓLICAS

O autarca admite a preocupaçã­o face à proliferaç­ão destes investimen­tos no concelho, porque na sua opinião não deixam retorno. “Só ocupam solo e não criam emprego”, afirmou.

Garantindo que já manifestou aos promotores do projeto as suas exigências, sobre uma percentage­m da

produção, igual à paga por uma empresa que detém um parque de energia eólica na serra da Castanheir­a, também no concelho. “Se avançarem com o novo projeto, e se for necessário o apoio da Câmara, só terão parecer favorável e a assinatura do presidente, se houver uma contrapart­ida”, avisa.

O autarca lamenta que sobre a central fotovoltai­ca de Mogadouro, o anterior executivo municipal só tenha negociado “umas contrapart­idas insignific­antes, para a junta de freguesia”.

Esta central, instalada em 65 hectares, considerad­a a maior da Região Norte, tem capacidade de produção anual suficiente para fornecer energia a 20 mil habitações, evitando a emissão de 31 mil toneladas de CO2 por ano. A central da Mina Tó, numa área de 56 hectares, em fase de conclusão, terá capacidade para servir 11 mil casas, evitando a emissão de 17 mil toneladas de CO2 por ano.

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Mogadouro já tem duas centrais fotovoltai­cas

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