Partidos concordam com adesão de Kiev à UE
PCP distancia-se e sublinha que “diálogo” deve ser prioridade
AUDIÇÕES No quadro da preparação da reunião do Conselho Europeu, que irá discutir a candidatura de adesão à União Europeia (UE) da Ucrânia, o primeiro-ministro recebeu ontem os partidos com representação parlamentar. À exceção do PCP, todos concordaram que a integração de Kiev no bloco comunitário deverá ser o mais célere possível.
Jerónimo de Sousa defendeu, no final do encontro, que mesmo os apoiantes da concessão à Ucrânia do estatuto de candidato à UE a relativizam, referindo-se ao primeiro-ministro, sublinhando que o partido continua a considerar “que fundamental era o diálogo”.
Na mesma linha do comunista, o presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, lamentou a posição “menos clara” assumida pelo Executivo, frisando que “o sinal que tem de ser dado nesta altura, que a Ucrânia tanto precisa, e que o estatuto de candidato deve ser atribuído”.
SEM BAIXAR “STANDARDS”
Apesar dos partidos se mostrarem recetivos à entrada de Kiev na UE, apontam que as regras de adesão devem continuar a constituir pilares fundamentais. Opinião partilhada pelo BE e pelo Livre. Para Catarina Martins, a Ucrânia terá de cumprir, para “um dia” poder aderir à UE, os requisitos em domínios como “o respeito pelo Estado de Direito democrático e os direitos, liberdades e garantias”, defendendo que “não deve baixar os ‘standards’”.
O PSD considerou fundamental que seja concedido o estatuto de país candidato, mas defendeu que a situação seja tratada como excecional. O PS defendeu que deve ser aprofundada a discussão sobre a “arquitetura institucional e orçamental do espaço da UE”.