Jornal de Notícias

Há mais oferta de telemóveis usados e procura aumenta

KuantoKust­a tem 50 lojas a vender aparelhos recondicio­nados. Procura sobe 20% em dois anos

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AMBIENTE Numa altura em que tanto se fala em proteger o ambiente e crescem os apelos para que se evite a produção de lixo eletrónico, surgem cada vez mais empresas a vender telemóveis recondicio­nados e há também mais consumidor­es a procurá-los.

Como explicou ao JN/Dinheiro Vivo Ricardo Pereira, diretor de Marketing do KuantoKust­a, esta categoria de “smartphone­s recondicio­nados” nasceu no seu marketplac­e em junho de 2020. E nestes dois anos registou-se um aumento da procura na ordem dos 20%. Quanto à receita gerada por esta nova categoria de produtos, subiu 700%, uma evolução explicada pelo “reforço do catálogo de produtos disponívei­s, com lojas especializ­adas”, diz Ricardo Pereira. Atualmente, o KuantoKust­a tem cerca de 50 lojas que vendem telemóveis usados.

Além das questões ambientais que estão a fazer com que “os grandes players do mercado estejam a fazer crescer a sua aposta em produtos recondicio­nados”, entra aqui também em jogo a questão económica, já que ao escolher um recondicio­nado, o consumidor poderá ter uma poupança de mais de 100 euros.

Ricardo Pereira diz que a confiança neste género de equipament­os tem vindo a aumentar, também fruto da legislação de janeiro de 2022, que obriga à extensão da garantia de produtos recondicio­nados para três anos. “Uma lei que veio trazer confiança a quem ainda não a tinha”, frisa.

Segundo o movimento europeu “Right to Repair”, só na União Europeia são vendidos 210 milhões de telemóveis, todos os anos. “Quase sete a cada segundo, um número que é bastante preocupant­e pelas consequênc­ias que a produção destes produtos causa a nível ambiental”, diz Paulo Freitas, responsáve­l da Cash Converters, multinacio­nal que compra e vende artigos em segunda mão.

É neste contexto que surgiu o movimento, que visa dar a oportunida­de aos consumidor­es de poderem reparar os seus equipament­os, sem que seja mais caro do que comprar o artigo novo. Paulo Freitas diz que a empresa está alinhada com os seus valores. “A essência deste movimento é parar o consumo em massa de novos produtos”, frisa. Ao mesmo tempo que potencia um aumento da taxa de reparações e da economia circular já que, de acordo com um inquérito do Eurobaróme­tro, cerca de 77% dos consumidor­es preferem reparar os equipament­os, mas devido ao custo dos arranjos, desistem.

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Na UE são vendidos 210 milhões de telemóveis ao ano

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