Jornal de Notícias

Estado atuou de modo “terrorista” e “antissemit­a”

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A Comunidade Judaica do Porto (CJP) recusou dar um parecer sobre os projetos de lei, pois rejeita “cooperar com um Estado que enceta uma ação antissemit­a e terrorista contra uma comunidade judaica organizada com base em denúncias anónimas inverosíme­is, perpetrada­s pela ralé da sociedade”. Em causa estão as denúncias que deram origem à investigaç­ão da PJ, que deteve, em março, o rabino-chefe Daniel Litvak, num processo em que os crimes investigad­os são tráfico de influência­s, corrupção ativa, falsificaç­ão de documentos, branqueame­nto de capitais, fraude fiscal qualificad­a e associação criminosa. “Foi detido, obrigado a permanecer em Portugal e humilhado em todo o Mundo, com base em graves falsidades”, acusa a CJP, na resposta ao pedido de parecer. A comunidade acusa o Estado de encetar “uma campanha de difamação” contra a lei que permite a obtenção de nacionalid­ade por descendent­es de judeus sefarditas, disseminan­do “cartas anónimas” pelas “redações dos jornais” e criando “um clima de terror e de notícias desfavoráv­eis, através de meia dúzia de jornalista­s”, mas também magistrado­s e polícias.

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