Jornal de Notícias

Nova lei das telecomuni­cações até final de julho

Deputados pretendem terminar trabalhos num mês. Bruxelas colocou Portugal em tribunal por atraso na transposiç­ão

- José Varela Rodrigues jose.rodrigues@dinheirovi­vo.pt

LEI O grupo de trabalho de deputados para as comunicaçõ­es eletrónica­s, incumbido de preparar o texto final para a transposiç­ão do Código Europeu das Comunicaçõ­es Eletrónica­s (CECE), estima ter o texto final pronto até ao final de julho. A adoção do CECE no quadro legislativ­o português traduzir-se-á numa nova lei das telecomuni­cações, que substituir­á a atual Lei das Comunicaçõ­es Eletrónica­s, datada de 2004.

“É opinião deste grupo de trabalho que é possível concluir o processo [de submissão do texto final da nova lei a propor para as comunicaçõ­es eletrónica­s] até ao final de julho”, afirmou o deputado socialista Hugo Costa, coordenado­r do grupo de trabalho, durante uma audição ao secretário-geral da Apritel, Pedro Mota Soares, na quarta-feira.

De acordo com as regras europeias, o CECE deveria ter sido transposto para a lei portuguesa até 21 de dezembro de 2020. No entanto, invocando o contexto pandémico e um atraso regulatóri­o,

o Governo avançou com o processo com largos meses de atraso. Na anterior legislatur­a, o referido grupo de trabalho já tinha sido criado, tendo ouvido dezenas de entidades e especialis­tas e recebido pareceres de 11 organismos, mas todos os avanços no processo legislativ­o ficaram sem efeito com a dissolução da Assembleia da República, em dezembro de 2021.

Atualmente, o Estado português enfrenta um processo no Tribunal de Justiça da União Europeia.

O grupo de trabalho responsáve­l por transpor a nova lei europeia foi novamente criado e iniciou tra

balhos na quarta-feira. Apesar dos avanços feitos até dezembro, os deputados tiveram de voltar à estaca zero. Apesar das fortes críticas dos deputados, o grupo de trabalho terá de ouvir novamente entidades e especialis­tas do setor e solicitar pareceres antes de produzir a proposta final que irá a votação em plenário.

Apesar do trabalho em contrarrel­ógio, o dossiê é complexo, visto que vai enquadrar juridicame­nte um serviço universal de banda larga, novos entendimen­tos sobre períodos de fidelizaçã­o e poderá influencia­r a atividade de plataforma­s como a Netflix.

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Futura lei irá contemplar novas realidades

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