Combater a desvalorização do Ensino Superior
Esta semana fica marcada por dois tópicos na agenda mediática: a mudança de nome dos institutos politécnicos, em discussão na Assembleia da República e a queda salarial dos licenciados em Portugal.
Embora a mudança de designação de institutos politécnicos para universidades politécnicas não tenha acolhimento generalizado, quem convive entre universidades e politécnicos denota a hierarquização do Ensino Superior e os estigmas social e cultural associados à frequência do ensino politécnico. Sendo precisos recursos humanos com perfis mais técnicos é oportuno, hoje, mais do que nunca, promover a valorização do ensino politécnico. Mais, com o braço de ferro entre o CRUP e o CCISP, a voz dos estudantes ecoa para a aposta na cooperação interinstitucional. O Estado da nação expõe um risco perigosíssimo – a possível desvalorização do poder da educação pelos jovens e suas famílias. Para os trabalhadores com Ensino Superior, a perda salarial chegou aos 11% numa década. Acresce que em 12 países europeus, os trabalhadores com o Secundário auferem rendimentos mais elevados do que licenciados como eu. Sendo a educação a grande esperança para o país, não podemos perder capital humano. Urge dignificar os salários dos jovens diplomados, devolver a esperança à minha geração e a gerações vindouras, para que estudar não seja uma dúvida, mas sempre uma certeza.
O foco da atenção pública raramente se centra no Ensino Superior. Ainda não é um dos temas que mais preocupam a sociedade. Assim, a onda de informação gerada deve permitir centralizar a atuação política neste setor, que também precisa de reformas, e cuja relevância é indiscutível.