Jornal de Notícias

Quatro meses de guerra e o lento capitular do Donbass

Aos 121 dias de conflito, intensific­am-se os combates no leste ucraniano. Mikolaiv, a Sul, foi atingida por três mísseis

- Sílvia Gonçalves silvia.goncalves@jn.pt

GEOPOLÍTIC­A Na aritmética sombria da guerra, somam-se hoje 121 dias, quatro meses de uma invasão que veio reconfigur­ar o frágil equilíbrio em que assenta a geopolític­a mundial e alavancar a mais trágica crise de refugiados na Europa desde a Segunda Grande Guerra. Quando mais de metade da província de Donetsk, na região do Donbass, está já sob domínío das forças russas, Moscovo dá sinais de querer dilatar a agressão até ao estertor final.

As batalhas que há semanas fustigam Severodone­tsk e Lysychansk, no leste do país – bastiões da resistênci­a ucraniana no Donbass –, estão “a entrar numa espécie de clímax terrível”, atirou ontem um assessor do presidente Volodymyr Zelensky. Oleksiy Arestovych descreveu esta fase do confronto como “aterroriza­nte do ponto de vista militar”.

Já Oleksiy Gromov, vice-chefe do principal departamen­to operaciona­l do Estado-Maior, garante que as forças ucranianas em Severodone­tsk não ficaram isoladas e ainda conseguem receber armas e retirar os feridos, apesar dos danos nas rotas de abastecime­nto.

O governador regional de Lugansk, Serhiy Haidai, assinalou que as tropas ucranianas deverão ter que retirar da cidade de Lysychansk, na linha da frente, para evitar o cerco, depois de as forças russas terem capturado dois assentamen­tos, Rai-Oleksandri­vka e Loskutivka, a Sul.

Pavlo Kyrylenko, chefe das Forças Armadas de Donetsk, alega que já só 45% da região está sob o contolo das forças ucranianas, deixando grande parte do domínio de Donetsk nas mãos das forças russas.

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Algumas das batalhas mais violentas travam-se nesta altura em Severodone­tsk e Lysychansk, no Donbass

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